São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira deu o pontapé inicial numa campanha de sustentabilidade nesta segunda-feira (13). A iniciativa começará com ações como a troca do uso de copos plásticos por xícaras de porcelana e a substituição de mexedores de plástico por de madeira de reflorestamento no consumo de café dos funcionários. A campanha deverá ir se desenhando e ganhando corpo segundo as sugestões dos colaboradores.
“O mundo está preocupado com a sustentabilidade e estamos vendo as consequências da não preocupação com isso. Quanto mais olharmos para a sustentabilidade e nos integrarmos a esse movimento, melhor. É uma preocupação brasileira e dos árabes, nós temos que estar integrados a isso”, disse à ANBA o presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, lembrando que há muitas ações e pesquisas voltadas ao tema nos países árabes.
Além da troca dos utensílios do café, a Câmara Árabe substituirá o uso interno dos copos plásticos por de vidros no consumo de água. Os meios de comunicação internos trarão mensagens de conscientização aos colaboradores sobre impressão e consumo de energia conscientes, com a impressão apenas do material necessário e o uso dos dois versos da folha para tal, e o desligamento de computadores a cada final de expediente. Uma mensagem sobre impressão consciente também seguirá na assinatura do e-mail dos colaboradores.
A gerente de Recursos Humanos da Câmara Árabe, Fábia Buonafina (foto acima), apresentou a campanha aos funcionários da entidade na manhã desta segunda-feira. De acordo com a gestora, a sustentabilidade não é voltada apenas ao meio ambiente, mas também tem pilares econômico e social. Fábia e Hannun lembraram que isso fecha com o propósito da Câmara Árabe, que é conectar brasileiros e árabes para promover o desenvolvimento econômico, social e cultural.
A sustentabilidade significa a capacidade do mundo se desenvolver econômica e socialmente, respeitando a natureza e garantindo a sobrevivência das próximas gerações. O pilar econômico tem como base transparência contábil e governança corporativa, entre outros fatores; o social engloba questões como as condições de trabalho, respeito aos direitos humanos e políticas públicas voltadas ao cidadão; e o ambiental inclui uso racional da água, redução de desperdício, redução de emissões, respeito à biodiversidade, entre outros.
A campanha surgiu a partir do lançamento do assunto pelo secretário-geral Tamer Mansour a alguns gestores. A formatação começou a ser feita há cerca de dois meses em um trabalho interdepartamental, envolvendo as áreas de Recursos Humanos, Financeira, Marketing, Processos e Tecnologia da Informação. “Vejo cada dia mais incorporada nas novas gerações e nas anteriores o engajamento com a ideia da sustentabilidade. Está incorporada no dia a dia, no ambiente familiar, educacional e empresarial”, diz Buonafina.
Mansour afirma que a busca da sustentabilidade tem relação com o processo de inovação e modernização pelo qual a Câmara Árabe está passando e que está trazendo mudanças no pensamento dos gestores e colaboradores. Há cerca de um ano, a entidade começou a formular um planejamento estratégico olhando para o futuro, com assessoria da consultoria internacional Ernst & Young (EY). A campanha de sustentabilidade foi uma instância para a exposição de ideias das equipes, segundo Mansour.
“É uma campanha importante para as pessoas, para a instituição e para o mundo”, afirmou o secretário-geral à ANBA, lembrando que a iniciativa fez os colaboradores pensarem em algo que não envolve o trabalho em si, mas o dia a dia do trabalho e a convivência. A entidade já adota medidas voltadas para a sustentabilidade. Neste mês, o Câmara Árabe ganhou o prêmio Stand Apas Show by Popai 2019 na categoria Estande Internacional, em função do estande que ocupou na feira, com decoração feita de madeira de reflorestamento e inspirada na cultura árabe.
Os países árabes têm vários projetos em andamento na direção da sustentabilidade. Os Emirados possuem uma estratégia para o setor de energia com foco em 2050 pela qual pretendem fazer com que as fontes limpas respondam por 70% da sua matriz energética. Entre outras iniciativas, o Egito anunciou na última semana medidas que incentivam o uso de carros elétricos e os sauditas têm plano de fazer com que sua capital, Riad, passe de 1,9% para 9% de cobertura verde até 2030, o que envolve o plantio de 7,5 milhões de árvores.