São Paulo – Para debater a preservação do patrimônio, a Unesco e a Prefeitura de São Paulo vão promover o Encontro do Patrimônio Documental de São Paulo. O evento ocorre no dia 21 de novembro, no Arquivo Histórico Municipal da capital paulista (foto acima), e contará com a participação da diretora Cultural da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, a historiadora Silvia Antibas.
Antibas vai abordar o projeto de digitalização da memória da imigração que a Câmara Árabe promove junto com a Universidade Espírito Santo de Kaslik (Usek), do Líbano. “Estou muito feliz por a Unesco nos convidar para mostrar esse trabalho, que é de formiguinha e já tem frutos. É muito importante para que possamos mostrar, e as instituições saberem (do projeto) e participarem. A Unesco reconhecer esse trabalho é um incentivo para continuarmos”, apontou ela.
O painel em que ela irá participar trará questionamentos como ‘A preservação dos acervos documentais cabe à cultura ou à gestão?’. “A documentação pode ser feita por técnicos, mas o conteúdo precisa ser por especialistas. A curadoria é importante para saber o que precisa ser digitalizado e o que é descartado, para não haver acúmulo e permanecer o que é relevante”, explicou Antibas.
Heloisa Abreu Dib Julien é a historiadora à frente do projeto na Câmara Árabe. Ela explica que a iniciativa teve início no segundo semestre de 2018 e não tem data para acabar. “É um trabalho que não sabemos até quando vai, porque é muita coisa. Da primeira publicação – em 1893 – até os anos 20, por exemplo, pelo menos 290 títulos foram publicados”, explica Dib sobre os periódicos que o projeto está digitalizando no momento.
Entre jornais e revistas árabes publicadas no Brasil, foram digitalizadas 104 mil imagens até agora. A equipe do projeto rastreou documentos em instituições como o Club Homs, o Lar Sírio Pró-Infância, o Arquivo Público do Estado de São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade.
Após a primeira fase, centrada nos periódicos, a digitalização passará também por registros das próprias instituições árabes no Brasil, como clubes e entidades filantrópicas, e por documentos e fotos de famílias de origem árabe. Para Dib, a importância do trabalho é a preservação do material para salvar a memória da cultura árabe no País. “Quando chegamos, as entidades começaram a perceber que têm pouca documentação sobre a imigração árabe. Eles começaram a receber mais material sobre isso. Estão começando a abrir os olhos para este material”, afirmou a historiadora.
Serviço
Encontro do Patrimônio Documental de São Paulo
Dia 21 de novembro
A partir das 14 horas
Arquivo Histórico Municipal de São Paulo – Praça Coronel Fernando Prestes, 152, Bom Retiro