Dubai – O CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, foi um dos palestrantes do Fórum dos Exportadores de Dubai, realizado nesta quarta-feira (23) no hotel Atlantis, nos Emirados Árabes Unidos. No evento destinado a debater as exportações do emirado, Alaby falou sobre oportunidades de negócios no Brasil, regras para importação de produtos, impostos e dos serviços oferecidos pela Câmara aos empresários árabes.
Ele ressaltou o crescimento do comércio bilateral, citou uma série de setores onde há oportunidades, entre elas as criadas pela Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, que serão realizadas no Brasil, e convidou os empresários de Dubai a se associarem à Câmara Árabe.
A Dubai Export, agência de promoção de exportações do emirado, organizadora do evento, promoveu uma missão empresarial ao Brasil em junho deste ano e pretende fazê-lo novamente em 2012. O CEO da entidade, Saed Al Awadi, disse à ANBA que Dubai tem competitividade para exportar itens como artefatos de ouro e diamantes, alumínio, alimentos processados, material elétrico e aço.
Ele destacou que essa lista não é taxativa e que outros setores podem ser explorados. O executivo ressaltou que o emirado tem condições também de exportar serviços ligados às áreas financeira, de aviação e de engenharia e construção. Antes da viagem ao Brasil serão analisados os segmentos em que são maiores as chances de negócios.
Consultor industrial da Dubai Exports, Faisal Mohammad El Amir, disse, em entrevista, que o programa de fomento às exportações do emirado tem duas partes. A primeira é puramente de promoção, voltada para indústrias que já são fortes, como as de alimentos, plásticos, produtos químicos e alumínio.
A segunda, além da promoção, inclui ações para ampliar a competitividade das empresas. Nessa situação estão os setores de móveis, aço, cerâmica, entre outros.
No caso do Brasil, Amir disse que podem ser explorados nichos de mercado, como o de materiais elétricos. Ele também destacou a área de serviços.
Em sua apresentação, Awadi disse que as exportações de Dubai renderam 45 bilhões de dirhans dos Emirados (US$ 12,2 bilhões pela conversão atual) no primeiro semestre deste ano, um aumento de 36% em comparação com o mesmo período de 2010.
As reexportações, ou seja, produtos que passam pelo emirado, mas são destinados a outros mercados, somaram mais 86 bilhões de dirhans (US$ 23,4 bilhões) , contra 69 bilhões (US$ 18,7 bilhões) nos seis primeiros meses do ano passado.
No caso das zonas francas existentes em Dubai, as exportações foram de 5 bilhões de dirhans (US$ 1,3 bilhão) na primeira metade de 2011 e as reexportações dessas áreas renderam 81 bilhões de dirhans (US$ 22 bilhões).
As importações locais, por sua vez, chegaram a 214 bilhões no primeiro semestre (US$ 58 bilhões), um crescimento de 21% sobre o período de janeiro a junho de 2010, de acordo com o executivo.
No seminário, o diretor geral do Ministério da Economia dos Emirados, Ali Al Fayed, falou sobre a área de livre comércio dos países árabes e o diretor do Departamento de Negociações do Ministério do Comércio Exterior, Sultan Bin Darwish, apresentou um panorama dos acordos comerciais com outros países e blocos, inclusive a negociação do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) com o Mercosul de um tratado de livre comércio. O GCC é formado por Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados, Kuwait e Omã. "No futuro, inxállah (se Deus quiser, em árabe), poderemos concluir o acordo com o GCC", observou Michel Alaby, da Câmara Árabe.
Falaram ainda representantes da Emirates SkyCargo, divisão de cargas da companhia aérea de Dubai, da Câmara de Comércio e Indústria de Dubai, da SGS Gulf Limited, sobre certificação, e da Companhia de Seguro de Crédito de Exportação dos Emirados, sobre financiamento de exportações. Cerca de 250 pessoas participaram do fórum, segundo a organização.