São Paulo – Uma estrutura administrativa e de gestão mais robusta e moderna, adequada aos novos tempos, demandas e desafios da relação entre o Brasil e os países árabes, passou a operar na Câmara de Comércio Árabe Brasileira neste mês. A formatação do modelo partiu de um planejamento estratégico feito pela instituição há dois anos e foi sendo adaptada segundo os novos cenários, oriundos principalmente da aceleração digital que o mundo viveu com a pandemia de covid-19.
“Hoje a Câmara Árabe está preparada para decolar e responder com consistência à Licença Social para Operar (LSO) que as sociedades brasileira e árabe lhe auferiram ”, disse à reportagem da ANBA o presidente da entidade, Rubens Hannun (foto acima), que comandou a mudança juntamente com o secretário-geral e CEO, Tamer Mansour, e com os membros da diretoria.
Hannun afirma que o atual reforço da estrutura tem como base uma nova cultura corporativa, cuja necessidade foi identificada no planejamento estratégico, mas é apenas uma parte do processo de adequação, que ainda tem outras fases previstas. A continuidade estará nas mãos da próxima diretoria da Câmara Árabe, já que Hannun encerra seu mandato ainda neste mês de abril.
Nesta fase, foram feitos remanejamento de pessoal, promoções e aberturas de novas vagas em vários setores da Câmara Árabe, mas as principais mudanças foram a criação da área de Novos Negócios e o reforço das áreas de Relações Institucionais e de Marketing e Conteúdo. A executiva Silvana Scheffel Gomes foi contratada para a diretoria de Marketing e Conteúdo, a gerente comercial Daniella Leite passou para a diretoria de Novos Negócios, e a gerente de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar, ganhou missão mais ampla na área, inclusive a estratégia da entidade, com o cargo de gerente sênior.
“Apesar do ano difícil que foi 2020, a Câmara Árabe cresceu muito e foi preciso colocar algumas áreas dentro de um guarda-chuva maior”, explica Mansour. Foi o que aconteceu com o Departamento Comercial, que ficou dentro da área de Novos Negócios. “Estamos ultrapassando a área comercial entendendo que o momento hoje é também de ajudar os exportadores a anularem obstáculos”, diz Mansour, sobre questões de burocracia, certificações, custeios e entraves para o comércio.
A área de Novos Negócios também surgiu para abraçar novas realidades e demandas, muitas delas decorrentes da pandemia, mas que vieram para ficar, como a necessidade de que os negócios ocorram de forma virtual. Além de passar a operar em plataformas digitais, a Câmara Árabe lançou o projeto do LAB CCAB, um espaço dedicado a fomentar startups cujos negócios envolvam as relações do Brasil com os países árabes.
A área de Relações Institucionais começa a abraçar causas mais amplas, como a internacionalização da Câmara Árabe e a expansão das bases físicas no Brasil, o Pacto Global das Nações Unidas ao qual a entidade aderiu, a atuação maior junto à Frente Parlamentar Brasil-Países Árabes, as ações de governança corporativa e o reforço do trabalho junto a instituições parceiras no Brasil e exterior, entre outras iniciativas.
A diretoria de Marketing e Conteúdo vai abarcar as áreas de Marketing, Eventos, Inteligência Comercial e a Agência de Notícias Brasil Árabe (ANBA). A nova líder, Silvana, tem vasta experiência em negócios internacionais. Ela vem da diretoria-executiva de Negócios e Exportações da São Paulo Negócios, agência de promoção de investimentos e exportações do município, e é docente em três instituições de ensino superior, entre elas a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
“Na minha gestão vou adotar as melhores práticas de estratégia de Marketing para dar luz aos fortes valores da Câmara Árabe, transmitidos por seus serviços, que são pensados com foco no cliente brasileiro e árabe e por seus excelentes profissionais. Minha missão, que não é só uma missão na Câmara, mas uma missão de vida, é valorizar as pessoas, passar conhecimento e dar minha contribuição para o bem-estar e desenvolvimento pessoal e profissional de todos com quem me relaciono na atividade profissional e fora dela”, afirma Silvana.
A Câmara Árabe vinha se preparando para mudanças e as executando, mas elas ganharam velocidade com as novas demandas que surgiram, principalmente do novo cenário mundial que se desenhou na pandemia. O planejamento estratégico da instituição foi acelerado e as metas que tinham prazo de dez anos foram repensadas para cinco anos, o setor de Tecnologia da Informação (TI) ganhou mais corpo, um Comitê Estratégico Comercial foi criado para atender as demandas de alimentos dos mercados árabes no período da covid-19, a Casa Árabe, que se incumbirá do relacionamento com a comunidade, e o comitê feminino WAHI – Mulheres que Inspiram foram lançados.
“São coisas que ocorreram em função dos acontecimentos, mas que vieram para ficar, e é preciso uma estrutura que dê suporte e que permita que esses projetos sigam sendo executados, se concretizem e cresçam”, afirma Hannun. Ele explica que com a nova estrutura, que ele vê como mais empreendedora, a instituição assume o espaço que é dela e reforça sua posição na relação do Brasil com os países árabes.