São Paulo – Um ano após o forte crescimento decorrente da realização da Copa do Mundo, a economia do Catar “está se normalizando” com uma perspectiva “favorável” de crescimento no médio prazo. Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) liderada pela chefe de missão Ran Bi se reuniu com autoridades locais entre 1 e 14 de novembro em Doha, ao final da qual divulgaram, nesta terça-feira (21), as análises da economia do país do Golfo (na imagem acima, a capital, Doha).
Segundo essas conclusões, a economia do Catar deverá crescer 5% ao ano no médio prazo devido ao aumento na produção de gás e a “esforços de reformas” para que se atinja a Visão Nacional 2030, um conjunto de propostas em favor da modernização, planejamento do crescimento econômico e qualidade de vida. Na avaliação do fundo, a produção de gás e petróleo deverá crescer 1,75% e o setor não petrolífero deverá ter expansão de 2,75% em razão da demanda doméstica e do turismo, um legado da Copa do Mundo de 2022.
“O Catar está em uma importante conjuntura de mudança de modelo de crescimento liderado pelo estado para um (modelo de crescimento) orientado pelo mercado e liderado pelo setor privado. Com base nos progressos alcançados até então, e guiados pela futura Terceira Estratégia Nacional de Desenvolvimento (NDS3), as reformas devem ter como foco a evolução do capital humano, o dinamismo do mercado de trabalho e o ambiente de negócios”, afirma trecho do comunicado do fundo.
Ainda conforme a avaliação do FMI, o documento afirma que o Banco Central do Catar (QCB, na sigla em inglês) conseguiu administrar os preços e manter a estabilidade financeira e observa que a inflação moderou em consequência de um “aperto” na política monetária alinhado às medidas também adotadas pelo Fed, o Banco Central dos Estados Unidos. “Diligência contínua é fundamental para aumentar a resiliência do setor bancário, complementada por reformas para aprofundar ainda mais os mercados financeiros nacionais, conforme previsto na futura estratégia do setor financeiro”, afirma o fundo.
Líbia
Em uma avaliação da economia da Líbia, outra equipe do FMI concluiu que, apesar das inundações de setembro, a perspectiva para o crescimento do país no médio prazo se mantém “positiva porque a economia do país do Norte da África é amplamente dependente da exploração de petróleo e gás.
Um comunicado divulgado na segunda-feira (20) pelo fundo cita, porém, “necessidade urgente” de uma “visão econômica clara” para o país. No médio prazo, diz o FMI, a Líbia precisa diversificar sua economia além dos hidrocarbonetos e promover o crescimento por meio de um setor privado forte e inclusivo.