São Paulo – Após avançar 4,1% em 2024, a economia da Somália deverá registrar uma desaceleração no crescimento neste ano, afetada por cortes “significativos” na ajuda externa e choques climáticos. A perspectiva para o país árabe do Norte da África é do Fundo Monetário Internacional (FMI), que no domingo (12) divulgou um comunicado após um encontro com autoridades locais.
De acordo com o documento do fundo, a economia somali deverá crescer 3% neste ano e 3,3% no ano que vem. A inflação deverá se manter estável em 3,5% ao ano. O maior risco de alta dos preços está nos alimentos. O FMI afirma que o país está sujeito “a choques climáticos adversos”.
Mesmo com esse ambiente econômico desafiador, o comunicado do fundo, assinado pela chefe da missão, Ran Bi, destaca que os governantes da Somália estão comprometidos em ampliar a receita interna e manter a disciplina fiscal.
Essas reformas incluem a modernização e fiscalização aduaneira, que estão em curso, adoção de uma nova lei para o imposto de renda e maior fiscalização de impostos sobre vendas. O fundo reconhece, ainda, um fortalecimento da estrutura regulatória do Banco Central da Somália (BCS). “Também houve progresso constante no fortalecimento da estrutura de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo e na melhoria da governança”, afirma o comunicado.
A análise das contas e da economia do país foi realizada como parte de um acordo de repasses financeiros para a Somália, dentro um programa do FMI destinado a financiamento de países pobres. A equipe do fundo aprovou, após a missão, a liberação do equivalente a mais uma parcela dentro deste acordo, que pode chegar a um repasse total de US$ 100 milhões, e pediu mais aproximadamente US$ 40 milhões por meio de um outro instrumento financeiro para compensar os cortes na ajuda externa ao país. Tais repasses estão sujeitos à aprovação do Conselho Consultivo do FMI. Os técnicos da instituição disseram, em seu comunicado, que a assistência “contínua” dos parceiros da Somália continua sendo “crucial”.


