São Paulo – A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) informou nesta quarta-feira (28) que o comércio internacional dos países do G20 teve um crescimento fraco no terceiro trimestre. Segundo a instituição, as exportações do bloco aumentaram 0,3%, e as importações, 0,7%, após um pequeno recuo no segundo trimestre.
A divulgação das estatísticas ocorre às vésperas da cúpula do G20, que será realizada na sexta-feira (30) e no sábado (01/12) em Buenos Aires (foto acima), na Argentina. O bloco reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, incluindo Brasil e Arábia Saudita.
O crescimento registrado no terceiro trimestre foi impulsionado pelo aumento dos preços do petróleo no período, segundo a OCDE. Fora os casos da Rússia e da Arábia Saudita, grandes exportadoras de petróleo, não houve variação significativa na média de comércio dos demais membros do bloco.
A instituição alerta que isso pode indicar que o crescimento constante observado nos últimos dois anos parou, na esteira de medidas protecionistas adotadas por países do grupo. Na semana passada, a Organização Mundial do Comércio (OMC) alertou que barreiras às importações implementadas por membros do G20 de maio a outubro atingiram um volume recorde de comércio, avaliado em US$ 481 bilhões. Esta onda protecionista é capitaneada pelos Estados Unidos e a China, que travam uma guerra comercial.
De acordo com a OCDE, as exportações dos EUA caíram 1,7%, mas as da China subiram 2,4%, influenciadas, no entanto, pela venda de uma plataforma de petróleo ao Brasil, o que ajudou a ampliar as importações brasileiras em 18%. No segundo semestre, porém, as exportações chinesas haviam caído 4,9%. As exportações brasileiras cresceram 5,5% no terceiro trimestre.
As vendas externas caíram também na União Europeia (0,8%) – pelo segundo trimestre consecutivo -, na Austrália (2%), Japão (2%), África do Sul (0,8%), Turquia (0,6%) e Índia (0,3%).
Na seara das importações, o crescimento foi fraco na maioria dos países, mas houve aceleração em economias que são grandes importadoras de petróleo, como China (4,1%), Índia (4,1%) e Indonésia (4,9%).
Ocorreram recuos significativos nas importações da Turquia (16,1%), Argentina (8%) – principalmente por causa da desvalorização das moedas destes países -, Arábia Saudita (10,6%), Austrália (5,2%) e Rússia (5,2%). Foram registradas quedas ainda no Canadá (1,4%), Coreia do Sul (0,9%) e União Europeia (0,5%).