São Paulo – O importador Mohamed Swayeb está no Brasil fazendo novos contatos para suprir a demanda por calçados na Líbia. Swayeb é representante comercial da Alkhaleg Company, que faz distribuição de produtos também para Tunísia e Egito. Ele veio a São Paulo para participar da Couromoda (foto acima), feira do setor calçadista que ocorreu esta semana, e visitou a Câmara de Comércio Árabe Brasileira .
Em sua estadia no Brasil, o empresário visitou antigos parceiros e iniciou contato com duas novas marcas. A Pegada, que tem fábricas no Rio Grande do Sul e na Bahia, e a Dray, que produz no município de Saudades, em Santa Catarina. Com as duas empresas, as negociações estão em andamento.
A primeira marca atende os públicos masculino, feminino e infantil com calçados que vão de botas e sapatos, a chinelos e mocassins. Já a Dray atua com uma linha de modelos esportivos. Swayeb explica que deve receber em breve amostras dos produtos na Líbia. O mínimo de pedido que o distribuidor fecha é de dois contêineres.
O empresário árabe veio pela primeira vez ao Brasil em 2009, fechou seu primeiro negócio aqui em 2011 e é um importador tradicional de calçados brasileiros. Ele avalia que a demanda pelo produto brasileiro vem crescendo, mas a instabilidade na Líbia impede um avanço maior. “A guerra na Líbia trouxe muitos problemas. O dólar era cotado a 1,40 [dinares líbios] e depois disso chegou a 9,60. Agora está em 4,90 novamente. Não tem segurança nas ruas e entre a capital e as cidades do interior, por exemplo”, pontuou ele à ANBA.
Ainda assim, o empresário é otimista e afirma que sua demanda por fornecedores brasileiros com certeza vai se elevar neste ano. “O interesse da Líbia nos calçados do Brasil é grande. Quando as coisas [no país] se estabelecerem isso vai melhorar”, acredita Swayeb.
Para ele, a logística é o principal empecilho para os produtos brasileiros aumentarem sua participação na região. Os principais exportadores de calçados para a Líbia são China, Turquia e Tailândia, seguidos pelo Brasil. “A distância é a maior barreira, mas a qualidade dos produtos é boa e aguenta. De anos para cá, o Brasil avançou muito em couro. A qualidade melhora a cada ano e a logística tem melhorado. Antes era muito mais difícil”, avaliou o líbio.
Entre as marcas brasileiras com as quais Swayeb já trabalha estão Ramarim e Beira Rio, que ele trabalha por temporadas, de acordo as coleções lançadas a cada estação. Além disso, há ainda empresas de calçados infantis, como a Kidy.