São Paulo – O professor doutor João Vicente Ganzarolli de Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi convidado pela embaixada brasileira no Líbano para participar da Conferência sobre Inclusão de Pessoas com Deficiência na Universidade de São José, em Beirute. O evento gratuito é aberto ao público.
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Serão realizadas quatro palestras individuais com Ganzarolli, de 14 a 16 de novembro, todas no Anfiteatro A do Campus de Ciências Médicas da Universidade. Nesta terça-feira (14), das 09 às 12 horas, acontece o debate “As pessoas deficientes: Qual o nosso papel em relação a elas?”. Na quarta-feira (15), no mesmo horário, o bate-papo será sobre “A importância, as questões e os desafios da inclusão de pessoas com deficiência nas escolas particulares e públicas”.
Na quinta-feira, haverá duas palestras: “O papel das ONGs e instituições privadas e públicas na promoção da inclusão na sociedade”, das 09 às 11 horas, e “Uma compreensão das estratégias de inclusão das pessoas deficientes, para promover a participação dos pais, irmãos e de toda a família”, das 11h30 às 13h30.
O objetivo do evento é promover a inclusão e integração social no Líbano e em todos os países do Oriente Médio. Segundo o professor, “ainda há muita discriminação contra os deficientes”.
Para ele, o uso do termo “pessoas com deficiência” é um oximoro (figura de linguagem que exprime um paradoxo), pois “deficiência” significa a ausência, falta de alguma função do corpo, física ou mental. Ele prefere chamar de “pessoa deficiente” ou “pessoa fisicamente desafiada”, e explica que aceitar sua condição é o primeiro passo para vencer a deficiência. “Não tem como agradar a todos sobre essa terminologia, sempre irá desagradar alguém, mas esse não deveria ser o foco dos acadêmicos”, afirmou. O professor comentou que esse será um dos assuntos abordados nas palestras em Beirute.
Ganzarolli também criticou o momento atual da academia brasileira no que diz respeito à inclusão. “Os acadêmicos acabam se concentrado no vocabulário politicamente correto, ficam preocupados em falar bonito e não resolvem nada, e as leis não funcionam no nosso país”, disse. “Os problemas têm de ser tratados com objetividade, precisamos dar acessibilidade e incluir cada vez mais essas pessoas”, completou.
Currículo
O carioca João Ganzarolli é formado em Engenharia Cartográfica e Letras, com mestrado em Filosofia com especialização em Estética, doutorado e pós-doutorado em Estética Literária.
Há 20 anos trabalha com pesquisa sobre deficiência e arte. Atualmente, é professor de Estética e Filosofia da Arte na UFRJ e colabora no Centro de Referência de Tecnologia Assistiva, no Núcleo de Computação Eletrônica da mesma universidade (CRTA-NCE), criando tecnologia na área de informática com foco em cegos, pessoas com mobilidade reduzida e tetraplégicos. Lá são produzidos softwares e ferramentas que facilitam o acesso dessas pessoas ao uso dos computadores. O Projeto é coordenado pelo professor Antonio Borges.
Ganzarolli tem seis livros lançados, sendo dois deles sobre deficiência, “Por que não eles? Arte entre os Deficientes” e “Do essencial Invisível: Arte e Beleza entre Cegos”.
Serviço
Conferência sobre Inclusão de pessoas com deficiência com o prof. João Ganzarolli
Universidade São José – Campus de Ciências Médicas – Rue de Damas – Anfiteatro A
14 a 16 de novembro de 2017 – Beirute, Líbano
Inscrições por e-mail: issp@usj.edu.lb
14/11 – Terça – 9h às 12h – “As pessoas diferentes: Qual o nosso papel em relação a elas?”
15/11 – Quarta – 9h às 12h – “A importância, as questões e os desafios da inclusão nas escolas particulares e públicas”
16/11 – Quinta – 9h às 11h – “O papel das ONGs e instituições privadas e públicas na promoção da inclusão na sociedade”
16/11 – Quinta – 11h30 às 13h30 – “Uma compreensão das estratégias de inclusão das pessoas diferentes, para promover a participação dos pais, irmãos e de toda a família”
Evento gratuito