Giuliana Napolitano
São Paulo – O Brasil está próximo de receber investimento externo de cerca de US$ 1,4 bilhão para a construção de uma nova refinaria no Ceará. O valor corresponde a 70% do valor total do empreendimento, e quem está disposto a bancar o projeto é a companhia saudita Saudi Aramco, gigante mundial na área de petróleo e gás.
A empresa, que é controlada pelo governo local, está entre as cinco maiores produtoras e exportadoras de petróleo e gás natural. Com uma força de trabalho de 54 mil funcionários, a Saudi Aramco produziu no ano passado 6,8 milhões de barris de petróleo e 868 mil barris de gás, por dia, enquanto as exportações anuais somaram 1,9 bilhão e 145 milhões de barris, respectivamente.
A história da Saudi Aramco marca todo o desenvolvimento do mercado de energia da Arábia Saudita, que detém hoje a maior reserva de petróleo do mundo, estimada em 261 bilhões de barris.
A companhia se estabeleceu no país em 1933, quando começaram os primeiros esforços de prospecção de petróleo. Nessa época, a Aramco pertencia à California Arabian Standard Oil Company e recebeu uma concessão do governo saudita para operar na região.
Em 1938, a empresa descobriu na cidade de Dhahran, que fica na parte leste da Arábia Saudita, o primeiro campo comercial de petróleo do país. No mesmo ano, começaram as exportações para Bahrein. A partir daí, a Aramco expandiu suas operações: hoje, além da exploração do petróleo, a companhia atua nas áreas de transporte e produção e exportação de gás natural.
Estatização e crescimento internacional
No início dos anos 1980, o governo saudita comprou 100% da Aramco e, pouco depois, a empresa colocou em andamento um plano de internacionalização e de associação com empresas estrangeiras. Em 1989, por exemplo, formou a Star Enterprise, uma joint venture com a Texaco para refinar e comercializar petróleo e gás.
Três anos mais tarde, a companhia comprou 35% de uma reinaria na Coréia e, em 1994, adquiriu 40% de outra refinaria nas Filipinas. A expansão não ficou restrita ao mercado asiático. Em 1998, a Aramco, a Texaco e a Shell fundaram a Motiva Enterprises LLC, a maior joint venture de refino e comercialização de petróleo no sul dos Estados Unidos.
A sede da Aramco fica na cidade de Dhahran, mas a empresa tem escritórios nos Estados Unidos, Europa e Ásia, além de manter participações em joint ventures nos EUA, Coréia, Grécia e Filipinas.
Agora, o Brasil está na mira da companhia. No final de setembro, o vice-governador e secretário de Planejamento e Coordenação do Ceará, Maia Júnior, revelou com exclusividade para a ANBA que a empresa saudita ; entregou ao governo brasileiro uma carta de intenções oficializando a intenção de participar da construção de uma nova refinaria no país.
Segundo Maia Júnior, a Aramco investirá US$ 1,4 bilhão no empreendimento, 70% do total necessário para a construção da planta. O projeto deve começar em 2005.
Mercados de petróleo e gás
Da década de 1970 para cá, a produção de petróleo da Saudi Aramco cresceu mais de 50%. Os maiores mercados da companhia são a Ásia, que compra cerca de 47% da produção, seguida pelos Estados Unidos (24%) e Europa (8%).
Segundo informações da própria empresa, os países que mais consomem petróleo no mundo são: EUA (19,6 milhões de barris por dia), Japão (5,4 milhões), China (5,0 milhões), Alemanha (2,8 milhões), Rússia (2,5 milhões), Coréia do Sul (2,2 milhões) e Índia (2 milhões).
No setor de gás, o aumento da produção foi ainda mais significativo: subiu 1.570% desde o início dos anos 1970. A Arábia Saudita está em quarto lugar no ranking dos países com as maiores reservas de gás. O país perde para a Rússia (1.º lugar), Irã (2.º) e Catar (3.º).
Contato
Saudi Aramco
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