São Paulo – Começa nesta quinta-feira (13) o curso “Metrópoles do deserto: Petra, Palmira e Dura Europos – A civilização helenística e os primórdios da cultura árabe”, no Espaço Lente Cultural, em São Paulo. O curso ministrado pelo professor Plínio Freire Gomes terá três aulas, sempre às quintas-feiras (13, 20 e 27 de setembro), das 19h30 às 22 horas. O valor do curso completo é R$ 225. A aula avulsa custa R$ 85.
Na primeira aula, Gomes fará um panorama geral do surgimento das cidades no deserto, com a domesticação do camelo como animal de carga, por volta do ano 1.000 a.C., o que possibilitou que as rotas comerciais adentrassem o deserto, possibilitando uma grande revolução comercial e de transporte para a época, por diminuir distâncias e assim, reduzir custos. Antes, as rotas eram feitas por áreas habitadas, próximas a rios e mares.
“O camelo revoluciona essa geografia porque permite que o deserto se torne permeável para as grandes rotas comerciais. Tanto que em árabe, o camelo era chamado de safinat al-sahra, que significa ‘navio do deserto’”, contou Gomes.
Segundo o professor, essas são apenas três de uma constelação de cidades que se formaram no deserto a partir desse momento, no período helenístico. “Tanto Petra (na Jordânia) quanto Palmira e Dura Europos (ambas na Síria) a princípio eram pontos de parada dos comerciantes e foram se tornando grandes centros comerciais, e tinham como ideia central conectar mercados muito distantes, ligando o Mediterrâneo à China, à Índia, ao sudeste asiático”, informou.
Ainda na primeira aula, o foco será maior na cidade de Petra, que teve seu auge na época de Cristo, por volta do ano 1., e é caracterizada por monumentos esculpidos nas rochas avermelhadas (foto acima), que têm muito óxido de ferro, causando este efeito colorido. Politicamente, Petra (Pedra, em latim) era uma cidade protegida por muralhas de pedra naturais que formavam um cânion, tornando impossível a conquista pelos romanos.
Segundo Gomes, o Islã foi criado em meados do século VII, com o primeiro Alcorão, o que oficializou o idioma árabe, que já era falado em variações desde o século V. “Nesse momento [do ano 1] havia o idioma aramaico, as línguas semíticas, mas a criação do idioma e da cultura árabe só foram oficializadas com o Alcorão e a criação do Islã como religião, por isso as culturas são tão atreladas entre si até hoje”, explicou.
A segunda aula, sobre Palmira, falará sobre o período do século III, com a tomada da cidade pelo império romano e a tropa de legionários dispostos a retomar sua independência, liderados pela rainha Zenóbia, descendente de Cleópatra e Marco Antonio. Os romanos vencem a batalha e Zenóbia se torna prisioneira e acaba morta.
“Palmira, em árabe, é Tatmor, que significa oásis com tâmaras, e realmente é um lugar que oferece ambos; lá também é possível ter miragens, um fenômeno ótico real”, informou Gomes. Palmira fica em um ponto estratégico no coração da Síria, sendo um ponto muito importante de passagem pelo deserto, com cargas vindas do porto de Tartus, que desde os anos 1970 abriga uma base naval russa, única base do país no Mediterrâneo.
A terceira aula será sobre Dura Europos, cidade síria de nome grego, também no período helenístico, por volta de 100 a.C. Fundada duzentos anos antes por colonos gregos, quando Alexandre Magno conquista o império persa, a cidade vai ao longo do século I passando a ser parte do império romano, se tornando a fronteira oriental do império, ponto estratégico às margens do rio Eufrates.
O curso é voltado para quem tem interesse em história, história da arte, da arquitetura, e história econômica, além da cultura árabe. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo site da Lente Cultural.
Serviço:
“Metrópoles do deserto: Petra, Palmira e Dura Europos – A civilização helenística e os primórdios da cultura árabe”
13, 20 e 27 de setembro, das 19h30 às 22h
Espaço Lente Cultural
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1690, conj. 41 – São Paulo – SP
Valor das três aulas: R$ 225
Inscrições aqui