São Paulo – A demanda global por petróleo deve retomar os níveis de antes da pandemia no ano que vem, atingindo 101,6 milhões de barris por dia, de acordo com projeções divulgadas nesta quarta-feira (15) no Relatório do Mercado de Petróleo da Agência Internacional de Energia (AIE). A estimativa para este ano é de demanda de 99,4 milhões de barris diários. Enquanto os preços altos do petróleo e as perspectivas econômicas mais fracas moderam os aumentos de consumo neste ano, em 2023 a China deve vir com maior força na demanda. Na foto, homem descarrega petróleo bruto.
Do lado da oferta, o aumento estará concentrado até o próximo ano principalmente nos países produtores que não fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). A oferta de fora da Opep deve ter adição de 1,9 milhão de barris diários neste ano e de 1,8 milhão de barris por dia no ano que vem. A expectativa é que a produção total da Opep caia com embargos e sanções impactando os volumes entre os integrantes do grupo.
Após quase dois anos de declínio, os estoques globais de petróleo aumentaram em 77 milhões de barris em abril. A desaceleração do crescimento da demanda e o aumento da oferta mundial de petróleo devem seguir ocorrendo até o final do ano e ajudar a reequilibrar o mercado mundial de petróleo. Isso pode mudar, porém, com entrada em vigor de sanções mais duras contra a Rússia e a demanda chinesa se recuperando dos impactos da covid.
Com a temporada de manutenção das refinarias terminando nos Estados Unidos, Europa e Ásia e os ganhos da população chinesa ganhando ritmo, as refinarias devem ter uma recuperação sólida pelo mundo. Um aumento adicional global de 1,9 milhão de barris é esperado para 2023 no refino, apoiado por novas refinarias que entrarão em operação na África, Oriente Médio e Ásia. No entanto, a escassez de alguns produtos, diesel e querosene, pode continuar a ser uma preocupação.