São Paulo – O Djibuti, país árabe da África, retomou a recuperação econômica neste ano, após dificuldades em 2022 causadas por interrupções no comércio internacional e conflito com a vizinha Etiópia. A informação é de um relatório sobre a economia do país divulgado nesta quinta-feira (15) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Na foto acima, pessoa manuseia francos do Djibuti e dólares.
Segundo o organismo, o Djibuti registrou crescimento de 3,7% no Produto Interno Bruto (PIB) real no ano passado, contra 4,8% no ano anterior. Apesar da queda nas receitas do país, que ocorreu em função da atividade econômica mais lenta e da menor arrecadação de impostos sobre combustíveis, o Djibuti conseguiu diminuir seu déficit de orçamento para 1,4% do PIB.
A Etiópia é o principal parceiro comercial do Djibuti e os dois países selaram acordo de paz recentemente, trazendo novas perspectivas para a economia da região. Segundo o FMI, o acordo já resultou em aumento da atividade portuária e do transporte ferroviário e rodoviário no Djibuti. O país árabe tem uma importante saída marítima, do que a Etiópia não desfruta.
“A inflação segue abaixo dos índices da região, embasada na estabilidade da taxa de câmbio e na inalteração dos preços dos combustíveis. É esperada uma contínua recuperação da economia do Djibuti em 2023, mas as perspectivas seguem altamente dependentes dos acontecimentos globais e regionais”, informou o relatório da equipe do FMI que visitou o país nesta semana.
Após administrar as consequências da pandemia de covid-19, o país ainda sente, porém, os efeitos da guerra da Ucrânia-Rússia, do conflito com a Etiópia, do aperto nas condições financeiras mundiais e das mudanças climáticas. Neste cenário, as autoridades locais trabalham para reconstruir maior espaço fiscal, revisando as políticas implementadas na área e acelerando esforços pela negociação da dívida com o principal credor do Djibuti.
O FMI coloca entre os desafios do país fortalecer a resiliência econômica e conseguir crescimento mais inclusivo e gerador de empregos, e sugere medidas na área social e de boa governança. O organismo diz que a diminuição da inflação deve garantir que os escassos recursos públicos possam ser direcionados para o desenvolvimento do capital humano. O relatório se baseia em opiniões de equipe do FMI que esteve no país liderada por Joyce Wong.