São Paulo – A economia da Síria está mostrando sinais de recuperação e tem perspectivas de melhoria, de acordo com relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) após visita de equipe ao país entre os dias 10 e 13 deste mês liderada por Ron van Rooden. De acordo com Rooden, esses sinais estão embasados na melhora no sentimento do consumidor e do investidor sob o novo regime sírio.
“As autoridades conseguiram adotar uma postura fiscal e monetária rigorosa, dentro das muitas restrições que enfrentam, com o objetivo de garantir a estabilidade econômica e financeira”, disse Rooden, citando também a reintegração gradual da Síria à economia regional e global com o levantamento das sanções e o retorno de mais de um milhão de refugiados ao país como alavancadores das melhores perspectivas.
As discussões do FMI com as autoridades do país se concentraram na elaboração do orçamento governamental 2026, tendo como objetivo o aumento do espaço fiscal para atender necessidades essenciais, como na área social, apoiando os mais vulneráveis, e ao mesmo tempo garantindo um orçamento com metas ambiciosas, mas possíveis, para a receita e o financiamento.
O fundo afirma que dará ampla assistência técnica à Síria para fortalecer a estrutura fiscal, ajudando no aprimoramento da gestão das finanças públicas e a administração da receita, na finalização de novas leis tributárias e no desenvolvimento de estratégia para lidar com dívidas existentes e fortalecer a sua gestão.
No caso do novo regime tributário, o FMI afirma que é importante que seja simples, competitivo e de fácil administração, evitando isenções generosas, o que pode abrir espaço para arbitragem e evasão fiscal. O fundo também pede que sejam usados padrões de boa governança e que o Ministério da Fazenda avalie e controle potenciais passivos contingentes, enquanto as autoridades reestruturam as empresas estatais e buscam grandes projetos de investimento com o setor privado.
Outro desafio que o FMI deverá ajudar a Síria a enfrentar é o desenvolvimento de estrutura de política monetária que apoie uma inflação baixa e estável. O fundo dará assistência para a formulação de nova legislação e regulamentação do setor financeiro, para reabilitação dos sistemas de pagamento e bancário, e para a reconstrução da capacidade do Banco Central local, para que ele possa implementar a política monetária e supervisionar o sistema financeiro do país.
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