São Paulo – A literatura contemporânea, voltada ao leitor de 18 a 30 anos, e a infantil estão entre os principais interesses do mercado árabe quando se trata de livros brasileiros. Foi o que percebeu a gerente de Relações Internacionais da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Fernanda Dantas, durante passagem por Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, nesta semana. “Eles estão de olho em potenciais novos autores, contemporâneos, que podem se tornar grandes best-sellers”, disse Dantas por telefone à ANBA, de Sharjah.
Dantas integra uma comitiva de editores brasileiros que está no emirado para participar de programação voltada a profissionais do mercado editorial antes da Feira Internacional de Livros de Sharjah. A mostra começa nesta quarta-feira (30) e o grupo brasileiro, com sete pessoas, cumpre agenda no país árabe desde o domingo. Até esta terça-feira (29) eles estiveram em conferência com discussões sobre o mercado editorial e em rodadas de negócios (foto acima) com editores de várias partes do mundo. Mais de 300 editores foram convidados e participam dessa programação.
Do Brasil fazem parte da missão, além de Fernanda Dantas da CBL, os editores Isabel Coelho, da FTD, Fernanda Dias, da Companhia das Letras, Ivana Jinkings, da Boitempo, Kin Guerra, da Solisluna, Laura Di Pietro, da Tabla, e Juliana Farias, agente literária independente que representa a agência Riff para a língua árabe. Para participar da iniciativa foi necessário se candidatar e passar por seleção. Dantas, além de tratar de questões da CBL, como parcerias e acordos, participou das rodadas para apresentar o catálogo de editoras que integram o programa Brazilian Publisher.
O Brazilian Publisher é um programa de fomento à exportação do conteúdo editorial brasileiro que é levado adiante pela Câmara Brasileira do Livro com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A missão realizada para Sharjah teve o apoio do programa.
De acordo com Dantas, entre os temas que foram abordados nas conferências e mesas redondas com os editores estiveram o mercado editorial árabe e o mercado editorial africano. Nas rodadas de negócios, os brasileiros participam tanto para vender os direitos autorais de livros nacionais para outros países, como para comprar os direitos para publicar obras estrangeiras no Brasil. Para a comitiva brasileira, o principal objetivo, porém, foi vender.
Se fechado negócio entre as editoras participantes das rodadas, elas podem se candidatar a receber bolsa para tradução do livro. Segundo Dantas, não é necessário que o recurso seja voltado para publicação de livros em árabe. Todos os profissionais convidados podem concorrer e as traduções podem ser para qualquer idioma.
Nesta quarta-feira (30) os editores brasileiros terão seu último dia de programação em Sharjah, com a participação na abertura da feira do livro e uma visita guiada pela mostra. Pela noite, um jantar de gala, no qual também estarão autoridades locais, vai encerrar a agenda. Além de apresentação de livros pelas editoras, com um total de 1.874 expositores, a mostra tem programação vasta, com atividades culturais, ações voltadas para crianças e de gastronomia, entrega de prêmios, entre outras. A feira vai até o dia 9 de novembro.
A participação dos editores brasileiros não é a primeira iniciativa de aproximação dos mercados editoriais do Brasil e Emirados Árabes Unidos. A relação começou a se desenvolver em 2016 e desde então houve participação de organismos de Sharjah em feiras de livros no Brasil e vice-versa. O emirado de Sharjah foi homenageado na 25ª Bienal do Livro, em São Paulo, em 2018, e enviou delegação numerosa ao Brasil na ocasião.
Serviço:
Feira Internacional do Livro de Sharjah
De 30 de outubro a 9 de novembro
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