Cairo – A empresa egípcia Upper Egypt for Concentrates – Uefcon, que fabrica os concentrados de tomate e de frutas da marca Giardino, está estudando as oportunidades de exportação para o Brasil. A companhia vem coletando informações sobre o mercado e os consumidores, especialmente depois que muitos concorrentes obtiveram sucesso em vender grandes quantidades para o País. A empresa produz concentrados de tomate e de frutas e uma variedade de molhos, além de ketchup, maionese e mostarda.
Jamal Arif (foto acima), presidente do Conselho de Administração da Upper, afirmou que as mudanças climáticas poderão contribuir, em um futuro próximo, para a criação de oportunidades de exportação a muitos mercados, incluindo o brasileiro. “Há muitos países onde as recentes mudanças climáticas levaram a um declínio nas taxas de produção, que chegaram a cerca de 50%. Por exemplo, se um país latino-americano dependia da importação de suas necessidades desses países cuja produção foi afetada, agora teremos a oportunidade de substituí-los, especialmente porque as mudanças climáticas ainda não afetaram as culturas agrícolas egípcias”, disse ele.
Arif relatou à reportagem da ANBA que a Giardino está em negociações com agentes nos Estados Unidos, além de ter em vista uma série de novos mercados. De acordo com o executivo, a empresa trabalha atualmente para cumprir as condições da Food and Drug Administration (FDA) e, assim, dar início às exportações para os Estados Unidos e países da América Latina. “As negociações estão em andamento com representantes na Venezuela e no Brasil, com quem entramos em contato durante a última edição da exposição SIAL, em Paris”.
A lista de mercados-alvo da Giardino é liderada por quinze países africanos, em virtude do sucesso alcançado pela empresa na exportação para oito nações do continente em 2022. O executivo explicou que a companhia também está prestes a introduzir seus produtos na Arábia Saudita, trabalhando para concluir os procedimentos exigidos pela autoridades. Segundo Arif, a Arábia Saudita é um dos grandes e promissores mercados para produtos da Giardino. A empresa abriu novos mercados no ano passado, como Sudão, Líbia e alguns da Europa Oriental, tais quais Polônia e a Romênia. Neste ano, a companhia pretende ingressar na França, Inglaterra, Alemanha e Holanda.
Ele informou que sua empresa exporta 35% da produção e pretende chegar a 60% em três anos. A Giardino começou a exportar seus produtos primeiro para alguns países próximos, como Jordânia e Palestina. Posteriormente, lançou seus alimentos nos mercados africanos e, em seguida, trabalhou para adequar a fábrica às condições europeias, a fim de exportar para esse mercado, e já obteve sucesso ao ingressar na Polônia e na Romênia.
Hub Árabe de Alimentos
Instituições árabes lançaram recentemente o Hub Árabe de Alimentos, uma plataforma digital avançada para conectar os vários integrantes dessa cadeia, incluindo exportadores, importadores e fornecedores de serviço de apoio. Arif acredita que essa iniciativa terá impacto grande e positivo em todas as empresas árabes, especialmente caso ocorra a uniformização das especificações exigidas para diferentes produtos.
O executivo explicou que as companhia exportadoras sofrem atualmente com especificações diferentes, que variam de um país para outro, o que representa um ônus adicional sobre os custos de produção. Ele citou o exemplo de alguns países que exigem que a validade de qualquer produto não exceda o prazo de um ano, enquanto outras nações exigem que a validade do mesmo produto seja de dois anos.
“Acredito que os termos do acordo para o estabelecimento da Hub Árabe de Alimentos garantirão que os obstáculos enfrentados no comércio entre os países árabes serão superados, por isso se trata de um passo importante e todos estão otimistas em relação a isso”, afirmou ele.
Traduzido do árabe por Georgette Merkhan