São Paulo – A procura por aulas de língua portuguesa, especificamente a falada no Brasil, tem aumentado nos últimos anos. A constatação é de Evelyn Koch, coordenadora educacional do Instituto Brasileiro do Cairo. A brasileira reside e trabalha no Cairo há três anos. “Desde que comecei, só cresceu a procura, porque é um nicho de mercado. Temos muitos alunos que buscam o idioma porque trabalham com comércio exterior e falar português traz benefícios no salário. Tem também na área de turismo. Os guias turísticos amam os brasileiros e querem trabalhar com esse público”, revelou ela.
Os professores de português da escola são freelancers e as aulas estão disponíveis no formato presencial, no Cairo, ou remotamente. Hoje, são quatro profissionais vinculados ao instituto, que foi fundado em 2019, e já conta com mais de 50 alunos inscritos.
Criada por um brasileiro, a instituição pertence hoje ao egípcio Hassan Mustafa Khattab Abdalah. “Estamos ensinando português brasileiro, porque a cultura brasileira é muito grande e o egípcio não tem muitas informações sobre ela. Então, precisamos tornar isso público e levar as informações para o povo. E em segundo lugar, [também trabalhamos] para ajudar o aluno a encontrar uma oportunidade no mercado, pois a língua brasileira tem uma grande procura no Egito como em centros de cultura, turismo, tradução e ensino”, disse Abdalah.
Perfil dos alunos
Os executivos explicam que a procura principal é por profissionais do mercado de turismo. Há, por exemplo, a expectativa pela concretização do plano de um voo direto entre o Cairo e São Paulo. Mas também vem aumentando o número de alunos que trabalham em novos mercados, como telemarketing e multinacionais que atendem em países lusófonos como Angola, e outros que empreendem diretamente com o Brasil.
Uma dessas alunas é Basma Ali Elhussiny. “Comecei a trabalhar na área de cosméticos, especialmente com produtos brasileiros, há mais de 13 anos”, contou ela. Basma fundou a companhia Eve Kayli no Brasil, que possui mais de sete marcas, e criou marcas próprias para outros clientes.
A empreendedora começou a aprender a língua portuguesa de forma profissional no final do ano passado e tomou a decisão depois de conviver com brasileiros e perceber que conseguia assimilar algumas frases. “Com minhas contínuas viagens, adquiri algumas palavras para começar a falar e isso me deixou com muita vontade de aprender de forma profissional”, concluiu ela.