Cairo – Os egípcios colocaram em debate os benefícios que as empresas do país podem ter ao exportar com a certificação halal. O Conselho de Exportação das Indústrias de Alimentos do Egito, em cooperação com o Projeto de Reforma e Desenvolvimento do Comércio no Egito (TRADE), financiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), organizou um seminário nesta semana sobre os requisitos da certificação halal, sua importância e os mecanismos pelos quais ela pode alavancar as exportações das empresas egípcias.
Mahmoud Emara, consultor sênior na área de Segurança Alimentar para o projeto TRADE-USAID, disse que há confusão entre os requisitos necessários para a obtenção da certificação halal para produtos importados e a certificação halal para produtos egípcios exportados para diversos mercados islâmicos e não islâmicos. O cumprimento dos requisitos relacionados à obtenção do selo se tornou importante e necessário para todos os exportadores, independentemente de qual seja o mercado-alvo, segundo ele.
Muhammad Abbas, consultor de segurança alimentar e diretor de uma empresa de inspeção e certificação para sistemas de qualidade agrícola, revelou que a conformidade com os requisitos necessários à obtenção da certificação halal dependem principalmente da segurança dos alimentos e não apenas dos requisitos dos países islâmicos.
O conceito geral de alimento islâmico significa que ele é adequado para consumo humano e está em conformidade com a Sharia, que é a Lei Islâmica. Significa que os alimentos ou seus aditivos são livres de substâncias proibidas de acordo com as regras da Lei Islâmica e livres de produtos de carne que não tenha sido abatida de acordo com a Lei Islâmica. Significa que os alimentos não possuem em sua composição qualquer material que contenha álcool ou gordura de porco e não foram processados ou preparados usando ferramentas contaminadas, o que significa que o produto é seguro para o consumidor em todos os países do mundo e em vários grupos sociais.
Em relação aos requisitos necessários à certificação halal de alimentos, ele ressaltou que a maioria dos requisitos exigidos em vários países é de que o produto seja adequado para consumo humano e esteja em conformidade com a Lei Islâmica, significando que se trata de alimento seguro e inofensivo para a saúde. O alimento também deve ser separado de quaisquer materiais que violem as regras da Sharia nas etapas de processamento, fabricação, armazenamento e transporte. Ele ressaltou que a maioria dos países islâmicos e não islâmicos do mundo exigem atualmente que o produto obtenha um certificado halal para o acesso a seus mercados.
Abbas explicou que a aplicação dos requisitos do certificado halal não se limita apenas à proibição do uso de produtos de carne suína e de álcool. Há muitas condições e controles interligados, incluindo a relação do sistema de gestão de segurança dos alimentos, as matérias-primas utilizadas na composição dos alimentos, as ferramentas e equipamentos usados na fabricação, além dos aditivos alimentares usados na produção.
Ele acrescentou que estão entre os requisitos a limpeza das superfícies que entram em contato com o produto, a higiene pessoal e a saúde em geral dos trabalhadores envolvidos no processo de produção, além dos requisitos a serem implementados no caso de utilização de carne de suínos ou seus derivados no local de produção dos alimentos.
Além disso, há os requisitos referentes à embalagem e ao logotipo, às condições relacionadas ao armazenamento e transporte do produto, bem como as condições relacionadas ao meio ambiente e a serviços terceirizados ou subcontratados. Há também regras relacionadas à rastreabilidade, recall e atendimento a reclamações feitas pelos clientes, além de requisitos relacionados à análise laboratorial e, finalmente, controle de pragas, de acordo com as exigências alimentares.
Tradução do árabe de Georgette Merkhan