São Paulo – O Egito começou a colher os benefícios do seu programa de reformas econômicas, segundo opinião do diretor assistente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Subir Lall, que liderou missão do organismo ao país árabe entre os dias 2 e 17 de maio.
“Embora o processo tenha requerido sacrifícios a curto prazo, as reformas foram fundamentais para estabilizar a economia e estabelecer as bases para um crescimento forte e sustentado que melhorará os padrões de vida de todos os egípcios”, disse Lall. A opinião é parte de relatório preliminar da terceira revisão do programa de reformas do país, apoiado pelo FMI.
Um acordo entre o organismo e Egito prevê a liberação de US$ 12 bilhões em um período de três anos – em contrapartida a medidas que melhorem a situação econômica interna – e entrou em vigor no final de 2016. A equipe que esteve no país nesta semana acertou a liberação de US$ 2 bilhões, o que totalizaria US$ 8 bilhões liberados. O tema ainda passará pelo Conselho Executivo do fundo.
De acordo com o relatório, o crescimento da economia egípcia se acelerou e o déficit em conta corrente diminuiu, como reflexo da recuperação do turismo e avanço das remessas de estrangeiros. Também as entradas de capital foram favorecidas pela melhoria da confiança dos investidores.
As reservas internacionais estavam em US$ 44 bilhões no final de abril, o equivalente a sete meses de importação. “A inflação anual caiu de 33% em meados de 2017 para cerca de 13% em abril, ancorada pela política monetária bem calibrada do Banco Central do Egito”, diz o documento.
Lall afirma que o o Egito está no caminho para o superávit primário. De acordo com ele, o governo está comprometido com a continuação das reformas de subsídios à energia e com o aumento de receitas, por meio de política tributária. “Isso ajudará a criar espaço fiscal para projetos de infraestrutura, medidas de proteção social e gastos essenciais em saúde e educação”, diz.
O relatório destaca ações implementadas pelo governo na área social para proteção dos mais vulneráveis, como o fornecimento de refeições escolares para crianças, a expansão de centros de cuidados infantis e iniciativas para aumentar a participação das mulheres na força de trabalho.