Cairo – O banco J.P. Morgan anunciou que o Egito entrará oficialmente no índice de títulos da dívida de mercados emergentes a partir final de janeiro. O ministro das Finanças do Egito, Mohamed Maait, afirmou que a inclusão é uma nova demonstração da confiança dos investidores estrangeiros na solidez da economia egípcia, especialmente porque 90% dos investidores estrangeiros pesquisados apoiaram a entrada do Egito no índice J.P. Morgan.
Na prática, o banco liberou os títulos do governo a ingressarem no Government Bond Index-Emerging Markets (GBI-EM). O ministro explicou que a medida torna o Egito um dos dois únicos países do Oriente Médio e da África presentes neste índice, com expectativa de que o Egito entre com 14 emissões totalizando cerca de US$ 24 bilhões e participação de 1,85% no índice.
O Egito estava presente no índice até junho de 2011, quando saiu por não atender aos requisitos do J.P. Morgan. Há cerca de três anos, o Ministério das Finanças egípcio começou a buscar o reingresso, cumprindo os pré-requisitos exigidos pelo banco, que incluíam o prolongamento do perfil da dívida pública, o ajuste da curva de rendimentos (yield curve) e o aumento da taxa de participação de investidores estrangeiros em títulos do governo, com o crescimento do volume de cada emissão.
Injeção de US$ 1 bilhão
O ministro apontou que a inclusão do Egito ao índice reflete os contínuos esforços para redução do custo da dívida pública, como parte das medidas adotadas pelo governo no âmbito de um pacote de reformas econômicas. Espera-se que sejam injetados US$ 1 bilhão em novos investimentos no mercado de ações egípcio, incluindo títulos e papéis do tesouro, o que permitirá, na sequência, a gestão estratégica da dívida e a consequente redução do seu custo.
Ahmed Kajuk, vice-ministro das Finanças para Políticas Financeiras e Desenvolvimento Institucional do Egito, afirmou que a adesão do país a esse índice traduz os esforços do ministério para aumentar a eficiência da gestão da dívida pública, reduzindo o custo do seu serviço. Isto se tornou possível com a implementação da estratégia de redução do volume da dívida pública no médio prazo, que incluiu programas de aceleração da trajetória de redução do serviço da dívida no orçamento, a partir da ativação do mercado de ações, permitindo o aumento dos níveis de liquidez e o crescimento da demanda por títulos de dívida pública, que resultou na redução do seu custo.
Nevin Mansour, conselheira do vice-ministro da Fazenda e diretora desse projeto, explicou que, ao longo de três anos, houve uma comunicação contínua com a equipe do banco J.P. Morgan, tanto para o fornecimento dos dados e informações sobre o desenvolvimentos mais recentes do mercado de títulos do governo, quanto para trabalhar na adequação aos requisitos necessários à inclusão no índice.
Melhoria para estrangeiros
Ela acrescentou que o ministério também modificou os procedimentos adotados para evitar a dupla tributação e sua aplicação a investidores estrangeiros, de forma a contribuir para o desenvolvimento do mercado de títulos de dívida pública do governo egípcio. Isso proporcionou a atração de um novo segmento de investidores estrangeiros, que teve como consequência o incremento da demanda por títulos de dívida pública e a inclusão dos títulos no mapa global de indicadores, aumentando a confiança das instituições financeiras internacionais e reduzindo o custo da dívida.
Nevin explicou que, em abril passado o Egito havia sido colocado na lista de observação do índice J.P. Morgan, como medida inicial que precederia sua efetiva inclusão. Ela destacou também que, passados seis meses, o J.P. Morgan anunciou a efetiva inclusão do Egito no índice a partir de janeiro próximo.
*Traduzido do árabe por Georgette Merkhan