Cairo – O Egito finalizou sua adesão ao Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como banco dos Brics, do qual o Brasil faz parte. O Diário Oficial do Egito publicou resolução através da qual o presidente Abdel-Fattah El-Sisi (foto acima) aprova o documento de filiação do país à instituição.
A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, assumiu nesta semana a presidência do banco, em Xangai, na China. O bloco dos Brics é um dos mais importantes agrupamentos econômicos do mundo, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Brics é uma abreviação das iniciais dos nomes em inglês desses países.
Reunidas, as nações dos Brics representam cerca de 30% da economia global e 43% da população mundial, além de serem responsáveis por mais de um terço da produção mundial de grãos. Os países-membros estabeleceram o Novo Banco de Desenvolvimento com um capital de US$ 100 bilhões para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em economias emergentes.
O Novo Banco de Desenvolvimento concordou em aceitar o Egito como novo membro, o que foi anunciado durante as reuniões de cúpula dos líderes do bloco em dezembro de 2021. O Egito foi aprovado como o quarto novo membro, como parte da primeira expansão global do banco, precedido por Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Uruguai.
Juros e inflação no Egito
Em outro contexto, o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Egito decidiu, em sua reunião nesta quinta-feira (30), elevar as taxas de juros overnight sobre depósitos e empréstimos no país, assim como a taxa da operação principal do Banco Central, em 200 pontos-base, para atingir 18,25%, 19,25% e 18,75%, respectivamente.
O comitê informou que o crescimento real da atividade econômica se desacelerou ligeiramente no Egito e ficou em 3,9% no quarto trimestre de 2022, em comparação com uma taxa de 4,4% do terceiro trimestre de 2022. Assim, o primeiro semestre do ano fiscal de 2022/2023 registrou um avanço de 4,2% na economia egípcia.
Dados detalhados referentes ao terceiro trimestre de 2022 indicam que o crescimento real do PIB foi impulsionado pela melhoria da atividade econômica do setor privado, principalmente no turismo, na agricultura e no comércio varejista e atacadista. Os indicadores preliminares para 2023 também apontam cenário positivo.
O comitê informou ainda aumento da inflação refletindo fatores como interrupções nas cadeias locais de suprimentos, flutuações na taxa de câmbio da libra egípcia e pressões geradas pelo aumento da demanda. O impacto sazonal do Ramadã foi visto nos preços das viagens da Umrah e nos valores das commodities alimentícias.