Cairo – O ministro adjunto do Abastecimento e Comércio Interno e presidente da Autoridade para o Desenvolvimento do Comércio Interno do Egito, Ibrahim Ashmawy (foto acima), disse que o país lidera a atração de investimentos estrangeiros na África. Ele destacou que o volume de investimentos estrangeiros no continente africano atinge a cifra de US$ 39,5 bilhões ao ano, dos quais o Egito recebe uma fatia de 15%.
Em seu discurso, em nome do ministro do Abastecimento e Comércio Interno, Ali El-Moselhy, na Conferência Internacional de Negócios do Egito (Biznex), Ashmawy afirmou que o ministério está trabalhando continuamente para o desenvolvimento do comércio interno e que 18 projetos foram estabelecidos em 11 províncias, com investimento de 50 bilhões de libras (US$ 3 bilhões pela conversão atual), destinados a várias atividades comerciais.
Segundo ele, no ano passado, a economia egípcia foi uma das três economias com melhor desempenho no mundo, registrando uma taxa de crescimento de 3,4%. Ashmawy acrescentou que o setor comercial, no Egito, é o que mais contribui para o Produto Interno Bruto (PIB), que atingiu US$ 392 bilhões em 2020, sendo que a participação do setor foi de 21%, abrangendo atividade como atacado e varejo, transportes, logística e comércio eletrônico.
O ministro adjunto falou ainda que o Egito não foi afetado como outros países pela pandemia de coronavírus, conseguindo absorver a crise por intermédio de um estoque estratégico. Antes de 2014, o estoque de commodities girava entre um mês e meio a dois meses no país. Atualmente, o estoque de commodities é suficiente para mais de seis meses, o que deu maior tranquilidade ao Egito para enfrentar a crise, sendo que o governo vem buscando ampliá-lo para períodos ainda maiores.
Novas fontes de comércio
Ele afirmou que o Estado egípcio está trabalhando para aumentar a eficiência dos mercados atacadistas e varejistas, assim como as cadeias de abastecimento, diversificando as fontes de produção. O início da operação na primeira bolsa de mercadorias do Egito ocorrerá no primeiro trimestre de 2022. Ashmawy disse que o mercado egípcio também testemunhará em breve o primeiro mercado atacadista típico, com investimentos de 8 bilhões de libras (US$ 508 milhões), sob gestão francesa.
Ele acrescentou que serão construídos armazéns estratégicos, com investimentos de 30 bilhões de libras (US$ 2 bilhões), para ampliar o estoque estratégico de commodities básicas para oito a nove meses. As primeiras commodities, afirmou, serão negociadas na Bolsa de Mercadorias do Egito durante o primeiro trimestre do próximo ano. Ele acrescentou ainda que será discutido um projeto de lei para o comércio eletrônico e haverá uma plataforma de comércio eletrônico própria egípcia, para exposições sazonais.
Ashmawy destacou que o volume do comércio eletrônico no Egito, antes da pandemia de coronavírus era de US$ 3,6 bilhões ao ano e atingiu, depois da pandemia, o patamar de US$ 5 bilhões, segundo dados de compras com cartão de crédito, enquanto as transações em dinheiro equivalem a cinco vezes o volume de pagamentos eletrônicos.
Ashmawy explicou que as causas da inflação global são os aumentos acentuados nos preços dos insumos de produção, mas o mercado egípcio não teve, durante esta crise, escassez de qualquer commodity ou serviço, apesar do impacto que atingiu alguns países europeus. O mercado egípcio, ressaltou, não teve nenhum tipo de oscilação de preços, principalmente em commodities básicas, destacando a disponibilidade de uma reserva estratégica de 28 commodities básicas, em quantidade suficiente para um período de até seis meses.
Tradução do árabe de Georgette Merkhan