São Paulo – Exportadores brasileiros de gengibre podem ter grandes oportunidades no Egito. O mercado do país árabe foi aberto ao Brasil em 2021 para a raiz, mas as vendas do produto brasileiro foram praticamente inexistentes desde então, apesar de o acordo de livre comércio Mercosul-Egito trazer uma redução nas tarifas de importação, o que beneficia os embarques do País perante os concorrentes.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) divulgou em abril deste ano estudo sobre gengibre no Egito, com dados sobre o mercado e oportunidades para empresas brasileiras.
O estudo foi uma parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária, o Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada do Brasil no Cairo. O adido agrícola da Embaixada do Brasil no Cairo, Rafael Mohana, falou à ANBA sobre o tema.
A produção mundial de gengibre vem aumentando ao longo dos últimos 10 anos. Em 2022, os principais produtores foram Índia, Nigéria e China. Na lista dos maiores exportadores mundiais do produto, a China liderou o ranking de vendas no ano de 2022, tendo exportado para o mundo cerca de US$ 350 milhões, seguida por Holanda (US$ 102 milhões) e Índia (US$ 67 milhões).
“No mesmo ano, o Brasil exportou ao mundo cerca de US$ 33 milhões em gengibre, quase que a totalidade em sua forma íntegra, sem ser triturado ou em pó”, disse Mohana.
O mercado egípcio foi aberto ao gengibre do Brasil em setembro de 2021 e apresentou novas oportunidades para os exportadores do produto, mas de lá para cá, o adido informou que houve o registro de apenas uma exportação do produto brasileiro ao Egito, naquele mesmo ano, no valor de US$ 25 mil.
“Em 2022, o Egito importou US$ 4,6 milhões em gengibre e os principais fornecedores foram a China, Nigéria e Índia. Houve um decréscimo significativo nas importações egípcias de gengibre em relação ao ano de 2021, quando o país africano importou US$ 8,3 milhões de gengibre e seus produtos do mundo”, contou Mohana.
Leia o estudo completo sobre gengibre no Egito.
Quanto a questões tarifárias, os exportadores brasileiros têm vantagem competitiva na exportação de gengibre para o Egito em razão do acordo de livre comércio Mercosul-Egito. Atualmente, a tarifa aplicada ao produto brasileiro é de 0,5%, enquanto os principais concorrentes pagam 2%.
A raiz não foi abrangida pelo decreto do primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly, que anunciou na semana passada que o país zerou o imposto de importação para diversos produtos como carne de frango, lácteos, chás e óleos.
O gengibre brasileiro, portanto, segue o calendário de desgravação do acordo Mercosul-Egito e deve atingir tarifa zero pelo tratado em setembro de 2024.
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O estudo informa que os exportadores brasileiros têm boa reputação exportando pimenta preta ao Egito, e os produtores de gengibre podem se beneficiar dessa imagem. “No entanto, ações de promoção comercial serão necessárias, para que seja possível incrementar as vendas do gengibre brasileiro no Egito. A participação em feiras comerciais e rodadas de negócios, e encontros com empresários egípcios serão ações fundamentais para que os exportadores brasileiros de gengibre acessem de forma mais assertiva este mercado”, declarou Mohana.