São Paulo – A partir de 01 de agosto, o diplomata Paulino Franco de Carvalho Neto irá assumir o posto de embaixador do Brasil no Cairo, capital egípcia. Antes de viajar ao país árabe, Carvalho Neto visitou a sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, e aproveitou para visitar os dois filhos que moram na capital paulista.
Este será seu segundo posto como embaixador. O primeiro foi em Luanda, na Angola, entre 2016 e 2020. Após esse período, Carvalho Neto foi secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Itamaraty e foi o encarregado das negociações brasileiras durante a COP27 em Sharm El Sheikh, no Egito. “[Este trabalho mostrou que] o Itamaraty está sempre pronto para trabalhar, não importa o governo que está à frente, nossa missão é técnica e diplomática”, disse.
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Natural de Curitiba, o diplomata de 62 anos disse à ANBA que está em um momento de muitas conversas e aprendizados, além de muita leitura, tudo para conhecer o Egito e as relações bilaterais ao máximo. “Como embaixador, pretendo aumentar o comércio bilateral, e para isso temos já um instrumento muito importante que é o acordo de livre comércio Mercosul-Egito”, disse Carvalho Neto.
Os dois países já possuem ótimas relações comerciais. No ano passado, o Egito ficou em terceira posição entre os maiores compradores árabes de produto brasileiros, atrás dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita. O Brasil exportou US$ 2,8 bilhões ao país das pirâmides de Gizé. Os principais produtos foram milho, açúcar, carne bovina e minério de ferro.
“Nas relações políticas, ano que vem comemoraremos os 100 anos das relações diplomáticas ininterruptas entre o Brasil e o Egito independente, e isso poderá levar à ida de altas autoridades brasileiras ao Egito e de altas autoridades egípcias ao Brasil, é importante celebrar essa data. O Brasil é um País muito querido no Egito e o Egito também é um país que atrai muito a atenção dos brasileiros por sua história milenar e por sua importância no mundo árabe”, disse. Ele lembrou que o Egito tem a maior população árabe no mundo.
Carvalho Neto quer intensificar o comércio de commodities agrícolas, mas não só isso. “Temos também a possibilidade que empresas brasileiras possam se instalar no Egito, fazendo uso das zonas francas, especialmente a do Canal de Suez, aproveitando que o Egito tem acordos de comércio com outros países da região e com a União Europeia, e eventualmente empresas brasileiras poderiam se beneficiar dessas circunstâncias”, disse.
Outra possibilidade que chamou a atenção do embaixador durante visita à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi a produção do trigo tropical, no Centro-Oeste do País. “A produção do trigo tropical pode ser do interesse do Egito, que é um grande importador de trigo, para uma população que consome pão três vezes ao dia”, disse. O embaixador esteve na Embrapa como parte da sua preparação para assumir o posto no Cairo.
No turismo, o embaixador disse que está otimista e que quer aumentar o número de brasileiros que visitam o Egito. “Se você olhar nas redes, nas conversas, o Egito está na moda, os brasileiros querem visitar o Egito. Temos essa perspectiva de um início de um voo direto entre o Aeroporto Internacional de Guarulhos e o Aeroporto Internacional do Cairo, que tudo indica começará este ano. Com isso, nós teremos um afluxo maior de brasileiros indo ao Cairo, e significa que a Embaixada precisa estar bem preparada para o atendimento consular”, disse. O visto para o Egito pode ser obtido na entrada.
“Temos todas as condições de intensificar essas relações econômicas, políticas, comerciais, diplomáticas e culturais”, disse.
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