São Paulo – A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) anunciou nesta terça-feira (04) que firmou parceria com o Centro Internacional para Agricultura Biossalina (ICBA), dos Emirados Árabes Unidos. Uma comitiva da entidade brasileira esteve no país árabe em janeiro deste ano para tratar, entre outros temas, desta parceria. O acordo visa o desenvolvimento e a disseminação conjunta de tecnologias relacionadas ao aproveitamento de águas ricas em sais.
A cooperação prevê também o intercâmbio de recursos genéticos, produção de forrageiras e o manejo de solo para mitigação de efeitos de salinidade. A Embrapa espera adaptar a tecnologia árabe voltada à melhoria da produtividade e sustentabilidade em áreas marginais e salinas à realidade do bioma Caatinga. Para isso, a liderança do projeto é da Embrapa Semiárido, que já desenvolve estudos na área de Agricultura Biossalina com a participação da Embrapa Meio Ambiente.
A pesquisa brasileira na área faz parte do Programa Água Doce, do governo federal, que instala dessalinizadores em comunidades rurais para produzir água para consumo humano. O programa já beneficiou 1200 comunidades – atualmente existem 743 sistemas em funcionamento.
A pesquisadora da Embrapa Semiárido e presidente do portfólio de Convivência com a Seca no Semiárido, Diana Signor Deon, acredita que a aproximação com a instituição dos Emirados terá ganhos para ambos. “O ICBA tem interesse em espécies forrageiras usadas no Semiárido, como a palma, e [quer] entender melhor o sistema de produção desenvolvido pela Embrapa, para adaptá-lo para as condições dos Emirados Árabes”, disse em nota.
Além da parceria firmada na área de agricultura biossalina, as negociações envolvem obtenção de financiamentos, venda de tecnologia e serviços, cooperação técnica e apoio a empresas brasileiras no exterior. À época da viagem aos Emirados, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, disse à ANBA que buscava, ainda, parceria para intercâmbio de pesquisadores.