São Paulo – Demonstrando resiliência diante da incerteza global, dos conflitos regionais e da volatilidade do mercado de petróleo, os Emirados Árabes Unidos devem ter crescimento econômico de 4,8% em 2025 e de 5% em 2026. As estimativas foram divulgadas nesta quinta-feira (2) por equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI), liderada pelo economista Said Bakhache, que visitou o país árabe e teve discussões com autoridades locais entre os dias 17 de setembro e 1 de outubro.
“Apoiado por uma diversificação sustentada e exportações em expansão, o país deverá apresentar um crescimento forte, bem acima da média global em 2025″, disse Bakhache em relatório pós-visita. O fundo estima crescimento mundial de 3% para este ano. O avanço dos Emirados em 2025 deve ser sustentado pelo setor não petrolífero, pela recuperação da produção de hidrocarbonetos, pelo turismo, construção, serviços financeiros e por grande projetos de infraestrutura.
O FMI projeta para os Emirados uma inflação de 1,6% neste ano e de cerca de 2% no médio prazo. A pressão de preços deve vir principalmente da habitação, enquanto os valores dos bens permanecerão moderados. De acordo com o fundo, os riscos para a economia são equilibrados, sustentados por fortes reservas soberanas e por esforços de diversificação econômica do país.
Os Emirados Árabes Unidos devem continuar resilientes à incerteza da política global
Said Bakhache
“Os Emirados Árabes Unidos devem continuar resilientes à incerteza da política global. Os esforços constantes para a expansão de acordos abrangentes de parceria econômica vão reforçar ainda mais a resiliência e apoiar a diversificação”, disse Bakhache, complementando que mercados financeiros e fluxos de capital seguem apresentando resistência a choques globais e refletindo forte confiança de investidores.
Segundo o FMI, o saldo da conta corrente dos Emirados Árabes Unidos se fortaleceu no ano passado com exportação de bens e serviços e crescimento mais lento de importações, a política fiscal do país segue prudente, o déficit primário não petrolífero deve melhorar aos poucos no médio prazo com reformas tributárias e o setor financeiro do país segue forte e sólido, com capital e liquidez.
O economista Said Bakhache também destacou, em sua análise econômica, o aquecimento da atividade imobiliária nos Emirados, sustentada por demanda externa, crescimento não petrolífero e populacional, reformas estruturais e pelo status do país como um destino seguro e atrativo para investimentos.
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