Rio de Janeiro – Os Emirados Árabes Unidos investem aproximadamente 1% do seu Produto Interno Bruto (PIB) todos os anos em novas fontes de energia, não apenas para encontrar uma alternativa ao petróleo, do qual é um dos maiores produtores mundiais, mas porque quer ganhar dinheiro com isso. Essa é uma das metas do país, segundo disse à ANBA nesta quarta-feira (20) o ministro do Meio Ambiente dos Emirados, Rashad Bin Fahad, após o painel “Ouro negro e energia verde”, realizado pelo governo da nação árabe e pela Noruega durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), na capital fluminense.
“Investimos em energia renovável não apenas porque precisamos encontrar uma alternativa renovável ao petróleo, mas porque queremos que ela nos dê resultados e lucros no futuro”, disse Fahad. Atualmente, o país obtém mais de 30% do seu PIB por meio da exploração dos seus recursos de petróleo e gás. “No futuro queremos que essa porcentagem venha da energia verde”, disse.
A estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI) é de que, em 2011, o PIB dos Emirados tenha atingido US$ 360 bilhões. “Investimos aproximadamente US$ 350 milhões em orçamento para o meio ambiente para ajudar no desenvolvimento de nossas empresas”, disse o ministro. O país está construído parques solares e a cidade Masdar, projetada para provocar o menor impacto ambiental desde as obras. “Estamos trabalhando para assumir um papel de liderança no desenvolvimento de energias renováveis”, disse Fahad.
Enquanto o futuro e os lucros da energia renovável não chegam, os Emirados e a Noruega investem para aumentar a eficiência energética a partir do petróleo, reduzir seus danos ao meio ambiente e na busca de fontes limpas de energia. Um dos desafios é retirar da atmosfera o dióxido de carbono resultante da queima de combustíveis fósseis. Segundo o conselheiro político do ministério do Meio Ambiente norueguês, Audun Garberg, o país conseguiu aumentar em 80% a quantidade de carbono sequestrada da atmosfera entre 1999 e 2010.
A vice-presidente sênior para o Clima da petrolífera norueguesa Statoil, Hege Marie Norheim, disse que a empresa tem trabalhado para contribuir menos com o aquecimento global, mas, por enquanto, há processos que dependem das fontes fósseis. “Precisamos de aquecimento central e obtemos a maior parte da energia para aquecer as casas a partir do gás natural. É uma opção mais limpa do que o carvão”, comparou, durante o evento.
Moderador do painel, o ex-presidente da Costa Rica e presidente da organização não-governamental Carbon War Room, José Maria Figueres, disse que são eventos como este painel que influenciam as pessoas e contribuem para o desenvolvimento sustentável. “Os governos vêm aqui [à Rio+20] para perder tempo, o mais importante são sessões como esta”, disse.