São Paulo – A plataforma de pesquisa genealógica FamilySearch realiza no Museu da Imigração, em São Paulo, o “FamilySearch Imigrantes”, um encontro aberto ao público com palestras sobre processos de imigração, gastronomia de diversos países e pesquisa sobre os antepassados de quem for ao evento, entre esta quinta-feira (29) e sábado (31).
Do encontro, participarão especialistas em migrações de países como Japão, Portugal e Itália, entre outros. Uma palestra sobre a diáspora libanesa ao Brasil está marcada para sexta-feira (30) e será apresentada pela genealogista Juliana Schuery.
A plataforma online FamilySearch é um instrumento de pesquisa para pessoas que buscam dados dos seus antepassados. Nela, é possível reconstruir a árvore genealógica e encontrar informações de familiares. Dados da própria instituição informam que ela foi criada 125 anos atrás como uma biblioteca, a Sociedade Genealógica de Utah, nos Estados Unidos. Desde então cresceu e se tornou também uma ferramenta online, em um serviço com apoio da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Em visita à Câmara de Comércio Árabe Brasileira na quarta-feira (28), o gerente de Conteúdo para o Oriente Médio e o Norte da África do FamilySearch, Jonathan McCollum, e a gerente de Programa para Oriente Médio e Norte da África do FamilySearch, Natali Lenning, afirmaram que o Brasil é um local importante de recuperação da história e de documentos referentes à imigração em razão do grande fluxo de migrações que o País recebeu.
Parceria para digitalizar documentos de migrações
“Às vezes, os registros se perdem, e o FamilySearch está trabalhando muito com instituições brasileiras para digitalizar, indexar e publicar na internet registros que são úteis para encontrar imigrantes dentro do Brasil. No entanto, encontrar os registros no Oriente Médio é algo que começamos a fazer apenas nos últimos anos”, afirmou McCollum, lembrando que muitos documentos de imigrantes estão em posse de governos, instituições religiosas ou sob a guarda de famílias e podem ter importância fundamental para comunidades que estabelecem grandes vínculos familiares entre si, como ocorre com os árabes.
Lenning observou que a Câmara Árabe é um grande depositário de documentos digitalizados que podem se conectar àqueles com os quais o FamilySearch já dispõe para então, se contar a história de filhos, tios, sobrinhos que emigraram para o Brasil ou nasceram no País como descendentes de árabes.
Diretor do Centro Moise A. Kayrallah para Estudos da Diáspora Libanesa da Universidade da Carolina do Norte, Akram Khater também está no Brasil para o evento no Museu da Imigração e visitou a Câmara Árabe. O centro é parceiro da Biblioteca da Universidade Saint-Esprit de Kaslik (Usek) como parte do projeto arabicarchives.org para facilitar a pesquisa no acervo digital sobre a imigração árabe na América Latina abrigado na biblioteca. A Usek, por sua vez, é parceria da Câmara Árabe no Projeto de Digitalização da Memória da Imigração Árabe no Brasil. É por meio deste projeto que as duas instituições digitalizam documentos cedidos por famílias e instituições e que retratam também as migrações de seus antepassados.
“Estamos falando especificamente da diáspora árabe. Então, muitas vezes, cartas, fotografias, jornais, livros e objetos contam a história rica de como as pessoas saíram e vieram para a América do Sul, Central e do Norte. Então, queremos entrevistar as pessoas e ajudá-las a preservar isso, para que possamos preservar essas histórias ricas e destacar suas contribuições para qualquer sociedade, seja na Califórnia, seja em São Paulo”, disse Khater. “Criamos um grande arquivo que permite às pessoas procurarem e encontrarem histórias, se elas estão interessadas apenas em suas famílias ou se são acadêmicos escrevendo sobre a imigração”, afirmou.
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