Brasília – No primeiro mês após a introdução da tarifa de 25% pelo governo do presidente Donald Trump sobre o aço importado pelos Estados Unidos, as siderúrgicas brasileiras aumentaram as vendas do produto para o país. Em junho, as exportações de aço do Brasil para o mercado norte-americano somaram US$ 548,6 milhões, quase o triplo do registrado no mesmo mês de 2017 (US$ 210,8 milhões).
Em volume, a exportação também aumentou: de 386,9 mil toneladas em junho de 2017 para 885,2 mil no mês passado. Os números foram divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Um dos fatores que explicam o aumento das exportações de aço é a greve dos caminhoneiros ocorrida no Brasil em maio. Por causa da paralisação, as vendas do produto para os EUA caíram para US$ 110,8 milhões em maio. Em junho, os embarques se recompuseram, com as siderúrgicas desovando a produção não exportada nos cerca de dez dias de greve.
Outro fator é a exclusão do Brasil da sobretaxação. Depois de negociações, o governo norte-americano concordou em excluir o aço brasileiro, argentino e sul-coreano da tarifa de 25% mediante a imposição de cotas de exportação. No caso do Brasil, o limite para o aço semiacabado equivalerá a 100% da média exportada de 2015 a 2017.
Para os produtos acabados, a cota corresponde a 70% desse montante. Os limites entraram em vigor em 1º de junho. Enquanto as cotas de exportação para 2018 não são atingidas, o Brasil beneficia-se da ausência de taxação e do alto preço do aço no mercado internacional.