São Paulo – A exportação de frutas do Brasil foi recorde em 2023, período em que cresceram também as remessas aos países árabes. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), o Brasil exportou US$ 1,2 bilhão em 2023, com aumento de 26,7% sobre 2022. Em volume, foram exportados, no total, 1,085 milhão de toneladas, um aumento de 6% sobre o ano anterior (foto ilustrativa apresenta mangas produzidas no Brasil).
Dados compilados pelo Departamento de Inteligência de Mercado de Câmara de Comércio Árabe Brasileira mostram que as exportações de frutas aos países árabes somaram US$ 17,5 milhões em 2023, em alta de 36% sobre 2022, com 11,7 mil toneladas, aumento de 95,3%. O saldo na balança comercial do setor com os árabes, porém, foi deficitário, pois o Brasil importou US$ 28,6 milhões em frutas, com expansão de 106,5% em um total de 32,9 mil toneladas, alta de 104,7%. O déficit do setor foi de US$ 11,1 milhões. O Brasil importa sobretudo frutas congeladas e cítricos dos países árabes.
Conforme dados da Abrafrutas, os Emirados Árabes Unidos foram, entre as nações árabes, os principais importadores de frutas brasileiras, em um total de US$ 11,5 milhões e 7,42 mil toneladas. As líderes de vendas aos Emirados foram maçãs e melões. O melão também foi a segunda fruta mais exportada pelo Brasil no ano passado, com um total de 228 mil toneladas e US$ 189 milhões. A líder de vendas para o exterior foi a manga: 266 mil toneladas, com 15% a mais nas exportações sobre 2022, e receita de US$ 312 milhões, com alta de 51,5% sobre o faturamento de 2022.
O presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, afirmou à ANBA que o desempenho do setor em 2023 pode ser atribuído à qualidade das frutas brasileiras, às práticas sustentáveis de produção, ao trabalho da instituição de promoção das frutas nos mercados internacionais e à diversidade geográfica do Brasil, que permite o cultivo de diversas culturas e dilui o efeito de condições climáticas adversas. União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos são os principais destinos exportações, mas Coelho afirma que a Abrafrutas tem buscado expandir as exportações para Índia, China e Oriente Médio.
“Os países árabes desempenham um papel significativo em nossas exportações de frutas. O Egito, em particular, tem sido um parceiro importante. Além disso, países como Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Líbano têm mostrado interesse crescente em nossas frutas. Reconhecemos a concorrência acirrada, mas a qualidade e a diversidade de nossos produtos nos permitem atuar em diferentes segmentos do mercado”, diz.
Coelho afirma que a Abrafrutas está comprometida em “fortalecer as relações” com os países árabes, e avalia que o principal desafio do setor ainda é logístico. “A maior competitividade das frutas brasileiras em relação aos concorrentes que temos nas exportações para os países árabes passa obrigatoriamente pela melhoria da logística, porém é preciso ressaltar que temos avançado com novas tecnologias diminuindo o tempo de viagem para estes territórios”. Segundo ele, parte dos esforços feitos para aumentar a competitividade está no uso intenso de tecnologia e na utilização de modais alternativos de exportação.