São Paulo – As exportações brasileiras ao mercado árabe cresceram 4% em fevereiro sobre o mesmo mês de 2011, de acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compiladas pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. No segundo mês deste ano, a receita com as vendas aos países árabes ficou em US$ 970,5 milhões, contra US$ 930,1 milhões no mesmo mês do ano passado, ou US$ 40 milhões a mais.
No acumulado dos dois primeiros meses do ano, as exportações para o mundo árabe somaram US$ 2,055 bilhões. Houve aumento de 1,86% sobre os S$ 2,017 bilhões faturados em igual período de 2011. “Teve crescimento nas exportações de açúcar e carnes, mas queda de 18% nas de minérios e de 44% em cereais”, afirma o gerente de Negócios e Mercados da Câmara Árabe, Rodrigo Solano. Ele destaca também o avanço de 9% nas vendas de máquinas para a região.
A receita das exportações de açúcar, o principal produto da pauta, somou US$ 652 milhões, mais de um quarto do total do bimestre, com alta de 36%. As vendas de carne somaram US$ 565 milhões, também mais de um quarto do total, avanço de 13%; as de minério, US$ 334,5 milhões, e as de cereais, US$ 150 milhões. Os grandes responsáveis pelo recuo nas exportações de cereais foram o trigo e o milho, segundo Solano. O Brasil ainda exportou para a região produtos como café, fumo, laticínios, madeiras, produtos químicos, em volumes menores.
O gerente de Negócios e Mercados da Câmara Árabe afirma que o desempenho do primeiro bimestre foi bom, mas poderia ter sido melhor. Ele lembra que a pauta de exportações brasileiras para a região ainda é muito concentrada em commodities e que isso não tem mudado na última década. Com um mercado interno grande, afirma Solano, as indústrias nacionais acabam direcionando seus produtos para consumo local e não conseguem a diversidade que os vários mercados lá fora exigem.
Mas os países árabes são um bom mercado para explorar, afirma Solano, lembrando que a região tem, em vários segmentos, um consumo per capita acima da média mundial. Para entrar lá, no entanto, afirma ele, é preciso ter acesso a informações, buscar oportunidades, estar presente em ações promocionais na região, entre outras medidas.
No acumulado do ano, o país árabe que mais comprou do Brasil foi a Arábia Saudita, com US$ 429 milhões e queda de 5% sobre o primeiro bimestre de 2011, seguida por Egito, com US$ 327 milhões e avanço de 16%, Emirados, com US$ 318,5 milhões e crescimento de 28%, Argélia, com US$ 155 milhões e recuo de 28%, e Marrocos, com US$ 140 milhões e 4,7% a menos. No período, houve compras de 21 países árabes.
As importações brasileiras do mundo árabe alcançaram o valor de US$ 1,2 bilhão no primeiro bimestre do ano, com crescimento de 7,29% sobre o mesmo período de 2011. Os maiores fornecedores foram Arábia Saudita e Argélia, já tradicionais nas vendas ao Brasil, e os produtos foram, principalmente, combustíveis minerais, adubos e fertilizantes.