São Paulo – As exportações brasileiras alcançaram US$ 239,5 bilhões em 2018, registrando um crescimento de 9,6% em relação a 2017. É a maior cifra dos últimos cinco anos. As importações somaram US$ 181,2 bilhões, valor 19,7% maior que o de 2017 e o maior total desde 2014. O saldo comercial, que é a diferença entre as duas operações, ficou positivo em US$ 58,3 bilhões, valor 13,3% menor do que em 2017.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (02) pelo Ministério da Economia, pasta recém-criada que absorveu o agora extinto Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e que passa a administrar as estatísticas oficiais do comércio exterior brasileiro.
A alta nas exportações ocorreu pelo segundo ano consecutivo, após quedas em anos anteriores. Segundo o ministério, o montante exportado em 2018 está próximo aos níveis de 2013, quando foram embarcados US$ 242 bilhões.
Houve crescimento de 17,2% nas exportações de produtos básicos, que somaram US$ 118,9 bilhões, e de 7,4% nos manufaturados, que atingiram US$ 86,6 bilhões, enquanto os produtos semimanufaturados registraram redução de 3,1%, totalizando US$ 30,6 bilhões.
A nota do ministério afirma que o crescimento das exportações é consequência tanto do aumento dos volumes embarcados (4,1%), quanto dos preços (5,1%). As exportações de produtos básicos influenciaram o desempenho, já que a categoria teve um aumento 9,8% no volume embarcado. Os produtos manufaturados aumentaram 2,6% e os semimanufaturados recuaram 4,6% em volume exportado.
O desempenho das exportações de semimanufaturados foi influenciado negativamente pela queda de 22% na quantidade embarcada e de 23,8% no preço do açúcar bruto. Em 2017, as vendas externas deste produto tinham registrado recorde.
As exportações em 2018 registraram recordes, em quantidade e valor, em diversos produtos, como soja (foto acima), petróleo bruto e celulose. Houve recordes também nas quantidades exportadas de minério de ferro, farelo de soja e suco de laranja.
Os principais mercados das exportações brasileiras apresentaram desempenho positivo: a China comprou US$ 66,6 bilhões, alta de 32,2%; a União Europeia somou US$ 42,1 bilhões, crescimento de 20,1%; e os Estados Unidos importaram US$ 28,8 bilhões, alta de 6,6%.
A Argentina segue sendo principal parceiro comercial do Brasil na América Latina, mas as exportações para o país caíram 15,5% na comparação com 2017, somando US$ 14,9 bilhões. A redução nas exportações de produtos do setor automotivo, segundo nota oficial, foi a que mais impactou a queda geral nas exportações para a Argentina, que passa por uma crise econômica.
Importações
O aumento pelo segundo ano consecutivo nas importações se deu após quedas acentuadas de mais de 20% em 2015 e 2016, decorrentes da contração da demanda interna, principalmente da indústria. Em relação ao desempenho dos anos anteriores, o resultado de 2018 superou o registrado em 2015, quando foram importados US$ 171,5 bilhões.
Em 2018, houve aumento de importações em todas as grandes categorias econômicas: bens de capital, com US$ 28,6 bilhões (76,5%); bens intermediários, com US$ 104,9 bilhões (11,6%); bens de consumo, com US$ 25,5 bilhões (9,1%); e combustíveis e lubrificantes, com US$ 22 bilhões (24,9%). No ano, as importações foram majoritariamente compostas por combustíveis, insumos e bens de capital, somando 85% do total comprado pelo País.
Os principais parceiros comerciais brasileiros nas importações correspondem aos das exportações: a China vendeu US$ 35,5 bilhões (alta de 26,6%); a União Europeia, US$ 34,8 bilhões (crescimento de 7,9%); os Estados Unidos, US$ 28,9 bilhões, alta de 16,1%; e a Argentina embarcou US$ 11,1 bilhões, aumento de 16,7% em relação a 2017.
Saldo
Em 2018, o Brasil registrou superávit comercial de US$ 58,3 bilhões e, segundo o Ministério da Economia, embora o valor tenha sido menor do que o de 2017, o saldo foi o segundo maior desde o início da série histórica, em 1989.
A chamada conta petróleo, de exportações e importações de petróleo e derivados, observou um superávit recorde de US$ 9,3 bilhões em 2018, um crescimento significativo na comparação com o resultado de 2017, de US$ 3,7 bilhões, o recorde anterior. As exportações de petróleo e derivados cresceram em 47,1%, para US$ 31,3 bilhões, e as importações avançaram 25,1%, para US$ 21,9 bilhões.