Rio de Janeiro – As exportações fluminenses cresceram 33,1% em abril, em comparação ao mesmo mês do ano passado, após quatro meses seguidos de queda. As vendas somaram US$ 802,1 milhões. Mas, o saldo comercial ainda ficou negativo em US$ 91 milhões. É o que revela o boletim Rio Exporta, divulgado ontem (4) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O chefe da Divisão de Estudos Econômicos da entidade, Patrick de Carvalho, disse, porém, em entrevista à Agência Brasil, que a base de comparação é reduzida, pois no mesmo período de 2008 a greve dos auditores fiscais acabou prejudicando o setor exportador.
Para os próximos meses, o economista avaliou que o comércio exterior fluminense continuará sentindo os reflexos da crise financeira mundial. “[A crise] afeta não só a demanda pelos produtos exportados em geral mas, também, a própria precificação do petróleo, que é um item muito importante na pauta fluminense”, afirmou.
O petróleo responde por cerca de dois terços da pauta de exportação do Rio de Janeiro. Patrick de Carvalho afirmou, no entanto, que não se deve esperar um desempenho tão favorável como foi em 2008, quando o barril de petróleo padrão (brent) no mercado internacional estava cotado a US$ 150 e, atualmente, se encontra entre US$ 60 a US$ 70 o barril.
“A balança comercial vai melhorar na margem, ou seja, vai haver um crescimento mês a mês. Mas, se comparado a 2008, não terá o mesmo valor, principalmente pela crise mundial e pela queda no preço da commodity”, disse o economista.
A partir dessa edição, o Rio Exporta iniciou uma série de estudos sobre diversos setores do estado com destaque no mercado internacional. O primeiro setor analisado foi o de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, cujas vendas ao exterior mostram crescimento de 1.000% nos últimos dez anos.
A participação do estado na exportação nacional de cosméticos era de 4% em 2000. O percentual triplicou no final de 2008 e no primeiro trimestre deste ano, revelou Carvalho. Enquanto as exportações fluminenses de cosméticos aumentaram 5% no primeiro trimestre de 2009, o total brasileiro caiu 17,5%, informa o boletim da Firjan.