São Paulo – A Tunísia tem acesso a 48,3% do financiamento climático do qual necessita. O Egito tem a 35,8%. Juntos, os dois países são os que detêm no Norte da África os percentuais mais significativos de crédito para adaptação às mudanças do clima. As informações são de relatório do Banco Africano de Desenvolvimento (AFDB, na sigla em inglês) e foram publicadas em notícia da Tunis Afrique Presse (TAP)
A instituição financeira informa que a região precisa de US$ 280 bilhões entre 2020 e 2030 para apoiar a transição para uma economia de baixo carbono e adaptada à mudança do clima. Na foto acima, plásticos retirados do rio Nilo, no Egito, como parte de evento para conscientização sobre poluição.
O relatório cita disparidades na região. Enquanto a Tunísia consegue quase metade do que necessita, a Mauritânia tem acesso a apenas 2,2% do que demanda para atender a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDCs). As NDCs são o compromisso de descarbonização assumidos pelos países em acordo internacional.
O relatório do banco também cita a lacuna entre as necessidades absolutas dos países e os reais fluxos financeiros. A Tunísia, apesar de estar no topo na região quanto à possibilidade de crédito, ainda assim não tem nem metade do que precisa. Segundo o AFDB, com exceção da Líbia, no Norte da África, o setor público e os doadores internacionais são as principais fontes de financiamento, respondendo por cerca de 80% dos recursos totais.
Segundo o relatório, os setores prioritários para financiamento climático no Norte da África são energias renováveis, transporte, agricultura e gestão da água. Mas isso varia. Na Tunísia e Marrocos, a maioria dos projetos são em energias renováveis e eficiência energética. Argélia e a Mauritânia focam na agricultura sustentável.