São Paulo – O fluxo mundial de investimentos estrangeiros diretos (IED) movimentou US$ 1,39 trilhão em 2019, ante US$ 1,41 trilhão em 2018, um pequeno recuo de 1%, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (20) pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).
De acordo com o boletim Tendências de Investimentos Globais, essa queda ocorreu num cenário de fraco desempenho macroeconômico mundial e incertezas políticas para os investidores, o que inclui as tensões geradas pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
O Brasil atraiu US$ 75 bilhões em IED em 2019, um aumento de 26% em relação a 2018. Segundo a Unctad, isso é resultado do início do programa de privatizações. O destaque foi a compra do controle acionário da Transportadora Associada de Gás (TAG) por um consórcio liderado pela francesa Engie, no valor de US$ 8,7 bilhões.
O Brasil é tradicionalmente um dos países que mais recebem investimentos estrangeiros diretos, e em 2019 não foi diferente. O País ficou na quarta posição, atrás de Estados Unidos, China e Cingapura.
Entre os países árabes, os investimentos na Arábia Saudita cresceram 9% em 2019 sobre 2018, para US$ 4,6 bilhões, com negócios realizados fora da indústria de petróleo e gás. De acordo com a Unctad, a maior transação anunciada foi a aquisição de parte da companhia saudita National Titanium pela norte-americana Tronox, por US$ 2,2 bilhões.
Na África, o Egito segue como maior destino de IED. O país atraiu US$ 8,5 bilhões no ano passado, um aumento de 5% sobre 2018. A Unctad avalia que os esforços do país na realização de reformas aumentaram a confiança dos investidores. Os investimentos continuam direcionados principalmente ao setor de petróleo e gás, mas ocorreram negócios importantes também nas áreas de telecomunicações, imóveis e turismo.
No Marrocos, porém, o fluxo recuou 45% na mesma comparação, para US$ 2 bilhões.
Expansão marginal
Para 2020, a Unctad espera uma evolução moderada do fluxo global de IED, frente a expectativas de crescimento da economia internacional, da formação bruta de capital fixo e do comércio. Entre os riscos que podem solapar a expansão esperada estão o alto grau de endividamento entre países em desenvolvimento, turbulências geopolíticas e medidas protecionistas.