São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) deve desembolsar mais US$ 2 bilhões ao Egito, dentro do acordo feito com o país árabe há cerca de dois anos para a implementação de reformas econômicas, segundo informações divulgadas pelo organismo. No total, o acordo é de US$ 12 bilhões e, com a nova parcela, o total liberado vai somar US$ 10 bilhões. Na foto, o presidente do Egito, Abdel Fatttah Al-Sisi.
A liberação dos US$ 2 bilhões é uma recomendação da equipe do FMI que visitou o país árabe entre os dias 18 e 31 de outubro, liderada pelo diretor-assistente do Departamento do Oriente Médio e Ásia Central, Subir Lall, na quarta revisão do programa de reformas. O desembolso está condicionado à aprovação do conselho executivo do FMI.
Em relatório da visita, o organismo ressaltou que em função da forte implementação do programa de reformas econômicas pelas autoridades, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Egito se acelerou de 4,2% no ano fiscal 2016/2017 para 5,3% no período 2017/2018. “A economia egípcia continuou a ter bom desempenho, apesar das condições globais menos favoráveis”, disse Lall em nota.
O déficit em conta corrente diminuiu de 5,6% para 2,4% do PIB na mesma comparação, impulsionado principalmente por remessas vindas do exterior e recuperação das atividades do turismo. A dívida do governo caiu de 103% do PIB para 93%, também em igual comparação, apoiada pela consolidação fiscal e o maior crescimento, de acordo com o Fundo Monetário Internacional.
“A política monetária prudente do Banco Central do Egito ajudou a reduzir a inflação anual de 33% em julho de 2017 para 11,4% em maio de 2018. A inflação, porém, aumentou novamente para cerca de 16% em setembro de 2018”, afirmou Lall. De acordo com diretor-assistente, a inflação avançou em função dos preços da energia e dos alimentos, mas o Banco Central deve conseguir reduzi-la para menos de um dígito no médio prazo.
O FMI acredita que o compromisso do Banco Central com uma política cambial flexível ajudará a aumentar a competitividade, proteger as reservas estrangeiras do Egito e amortecer os choques externos. “O sistema bancário do Egito continua líquido, lucrativo e bem capitalizado”, disse Lall. A política fiscal deve manter a dívida em queda.