São Paulo – A elevada inflação dos últimos anos ainda afeta o crescimento global, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgadas nesta terça-feira (16) no mais recente relatório Perspectivas da Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês). Segundo o documento, o crescimento global neste ano deverá ser de 3,2%, com um aumento de 0,1% em relação à estimativa anterior, de janeiro. Para 2025, o crescimento deverá repetir os 3,2% deste ano. O WEO revisou a projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2,2% em 2024 e 2,1% em 2025, também com alta sobre a última análise.
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O fundo alerta, contudo, que a inflação pode influenciar o desenvolvimento das economias nos próximos meses. Apesar de estar caindo a um ritmo “quase tão rápido quanto o ritmo em que subiu”, a alta dos preços exige que as autoridades monetárias se mantenham alertas, pois a inflação ainda está acima da meta em muitas economias. É esperado que a inflação desacelere de 6,8% em 2023 para 5,9% neste ano e 4,5% em 2025.
Economia enfrentou caminho “acidentado”
Economista-chefe do fundo, Pierre-Olivier Gourinchas afirmou em texto no Blog do FMI que, “em que pesem as previsões sombrias”, a economia global tem mostrado “resiliência notável”, com crescimento firme. Observa que o caminho percorrido pela economia global nos últimos anos é “acidentado” em decorrência das quebras das cadeias de suprimento globais causadas pela Covid, das consequências energéticas e alimentícias da guerra na Ucrânia e de uma “considerável escalada de inflação”.
A maior preocupação, afirma Gourinchas, é com os países de baixa renda, pois estes ainda enfrentam as consequências da pandemia e do aumento do custo de vida. Para o Brasil, a estimativa do WEO representa uma alta de 0,5% sobre a última projeção. Para o ano que vem, houve um ajuste de 0,1% na perspectiva de crescimento. Para o Oriente Médio e Norte da África, a previsão é de crescimento de 2,7% neste ano e de 4,2% no ano que vem. A previsão anterior era de expansão de 2,9% neste ano e dos mesmos 4,2% em 2025.