São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou na terça-feira (25) a liberação de US$ 1,6 bilhão em empréstimo ao Egito e reiterou as boas perspectivas econômicas do país. Segundo o organismo, a economia egípcia deve crescer 2,8% no ano fiscal 2020/2021, que se encerra em junho, e 5,2% no ano fiscal seguinte, 2021/2022.
Com a liberação do montante atual, o FMI anuncia a conclusão do programa do Acordo Stand-by (SBA, na sigla em inglês) com o país, no valor total de US$ 5,2 bilhões, segundo informações do organismo reproduzidas pelo jornal egípcio Al Ahram. A decisão foi tomada após missão virtual neste mês de equipe técnica do fundo liderada por Celine Allard, na qual foi feita a segunda revisão do programa do FMI com o Egito com autoridades locais.
Segundo Allard, o forte desempenho e compromisso das autoridades egípcias ajudaram a alcançar os objetivos do programa de manter a estabilidade macroeconômica do país árabe durante a pandemia no ano passado. Os gastos sociais e com saúde necessários foram protegidos e as reformas estruturais importantes implementadas localmente. O acúmulo de reservas internacionais líquidas, por exemplo, excedeu as metas do programa.
O FMI citou o avanço de reformas relacionadas à transparência fiscal e governança, proteção social e melhoria no ambiente de negócios, além de esforços direcionados à redução das vulnerabilidades da dívida e à criação de espaço orçamentário para gastos prioritários. Allard elogiou a publicação de informações de gastos relativos à crise da covid.
O FMI afirma que a economia egípcia mostra resiliência. “No entanto, a incerteza permanece como pano de fundo, com os riscos persistentes relacionados à pandemia. As políticas estão apropriadamente focadas em apoiar a recuperação no curto prazo, ao mesmo tempo em que aprofundam e ampliam as reformas estruturais para liberar o enorme potencial de crescimento do Egito no médio prazo”, explicou Allard.
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A técnica disse que a política monetária do Banco Central do Egito (CBE, na sigla em inglês), permanece dependente de dados, mas que o FMI saúda a prontidão do CBE em agir conforme for necessário para apoiar a recuperação econômica em meio à inflação silenciosa. Ela acrescentou que a flexibilidade contínua da taxa de câmbio ajudará a absorver choques externos. Para Allard, o sistema bancário do Egito permanece líquido, lucrativo e bem capitalizado.
Allard afirmou que o ano fiscal 2021/2022 visa uma consolidação gradual para que seja possível apoiar a recuperação econômica, salvaguardando a sustentabilidade fiscal. Para o FMI, a mudança contínua em direção a maiores investimentos em infraestrutura, saúde e educação no próximo ano fiscal é bem-vinda no Egito.
“O compromisso do governo de retornar a um superávit primário de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) a partir do ano fiscal 2022/23 e à medida que a recuperação econômica se firma será essencial para reduzir a dívida pública e apoiar a sustentabilidade fiscal”, destacou a técnica do FMI.