São Paulo – A economia do Kuwait deverá encerrar 2024 em retração de 1,4% em comparação com 2023, ano em que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) já foi desafiador. A estimativa é do Fundo Monetário Internacional (FMI), que nesta quinta-feira (9) divulgou um relatório com avaliações sobre o país, após uma semana de reuniões, na Cidade do Kuwait, com autoridades locais.
De acordo com as conclusões do fundo, assinadas pelo chefe da missão ao país do Golfo, Francisco Parodi, a recuperação econômica após a pandemia foi interrompida. O país tem sido afetado pelos cortes na produção de petróleo adotados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opec+, na sigla em inglês). Em 2023, a contração do setor no Kuwait foi de 4,3% e não foi compensada pela expansão de 0,8% do segmento não petrolífero. Para este ano, a previsão é de nova queda de 4,3% nas receitas provenientes do petróleo e de crescimento de 2% das outras atividades econômicas.
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“Riscos externos elevados cercam as perspectivas econômicas. A volatilidade nos preços do petróleo e sua produção decorrentes de fatores globais colocam riscos para crescimento e inflação, assim como para os resultados fiscais interno e externo. Embora os conflitos no Oriente Médio e as suspensões de transporte (de petróleo) tenham registrado impactos elevados até o momento, qualquer choque no mercado global de petróleo pode ter efeitos significativos”, afirmou Parodi na nota do FMI.
Desafios globais podem afetar mais o Kuwait
Em razão de um aperto monetário adotado pelo Banco Central do Kuwait, a inflação deverá desacelerar no decorrer do ano, para 3,2% ao fim de 2024, mas o déficit deverá se acentuar mais em 2024/2025 em relação ao período 2023/2024. Mesmo diante dos números desafiadores, Parodi avalia que o setor bancário permanece com sólidas estruturas de capital, liquidez e crescimento nos lucros. O documento alerta ainda que o impasse que se observa entre Parlamento e governo prejudica a adoção de reformas e afeta a confiança dos investidores.