Cairo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou que a taxa de crescimento da economia egípcia deve aumentar para 4% durante o corrente ano fiscal de 2022/2023. O aumento deve seguir para 5,3% no próximo ano, e atingir 5,7% no ano fiscal de 2024/2025 e 5,9% em 2025/2026.
O FMI disse, em um comunicado nessa terça-feira (10), que as receitas orçamentárias do Egito no corrente ano fiscal devem alcançar cerca de 1,6 trilhão de libras egípcias, aumentando para 1,9 trilhão de libras egípcias no próximo ano fiscal e atingindo 2,2 trilhões de libras egípcias no ano fiscal de 2024/2025.
No mês passado, o Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional aprovou um empréstimo de US$ 3 bilhões para o Egito, sob a tutela do Programa de Financiamento Ampliado, que tem como objetivo impulsionar o crescimento econômico liderado pelo setor privado e a criação de novas vagas de trabalho.
De acordo com o relatório, o programa de 46 meses contribuirá para o fortalecimento da estabilidade do mercado de câmbio e para a manutenção da estabilidade de preços, a fim de absorver choques externos, incluindo as repercussões da crise russo-ucraniana.
O FMI estimou que o núcleo da inflação deve cair para 7% no ano fiscal de 2024/2025 e que as contas públicas deverão apresentar um superávit recorde de 2,1% do PIB.
O FMI afirmou que o Egito mostrou resiliência no enfrentamento do choque que atingiu o mundo em decorrência da pandemia de covid-19, destacando a estabilidade da taxa de câmbio, o aumento das transferências do exterior e a recuperação do setor de turismo. Destacou também os planos do governo para proteção social e segurança alimentar, incluindo os programas de auxílio financeiro Takaful e Karama (Solidariedade e Dignidade).
Racionalização dos gastos públicos
No mesmo contexto, Mostafa Madbouly, primeiro-ministro do Egito, anunciou o início de uma nova fase de racionalização dos gastos públicos nas instituições incluídas no Orçamento Geral do Estado e nas entidades econômicas públicas, para o ano fiscal de 2022/2023. O objetivo dessas medidas é atingir as metas econômicas definidas pelo governo, sem prejuízo do desempenho dos órgãos a que se destinam ou da qualidade dos serviços prestados, em conformidade com a função que lhes é atribuída.
O primeiro-ministro disse ainda que serão postergados quaisquer novos projetos que tenham um claro componente em dólares, devendo ser adiadas as despesas que não tenham o caráter de extrema necessidade. As viagens ao exterior deverão ser reduzidas, excetuando-se casos de extrema necessidade, mediante a aprovação do Conselho de Ministros, ou nos casos em que o destinatário arcar com os custos da viagem.
A decisão do primeiro-ministro não vale para questões relativas ao Ministério da Saúde e seus órgãos afiliados, os Ministérios da Defesa e do Interior e seus órgãos afiliados, o Gabinete do Ministério das Relações Exteriores, as autoridades encarregadas de gestão de materiais petrolíferos e seus derivados, produtos e todas as alocações financeiras listadas para fornecer suporte material e financeiro a trabalhadores em áreas remotas.
O governo do Egito começou a racionalizar os gastos públicos no início do ano passado, para fazer frente aos efeitos negativos da crise russo-ucraniana, que ocorreu logo após a pandemia de covid-19. E a consequente crise nas cadeias de suprimentos, que ocasionou o aumento generalizado dos preços, tanto a nível global quanto localmente.
Traduzido do árabe por Georgette Merkhan