São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta terça-feira (15) a última edição do relatório Perspectivas da Economia Mundial. O estudo prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) global vai crescer 3% em 2019, nível mais baixo desde o biênio 2008-09, quando eclodiu a crise financeira internacional. A projeção foi reduzida em 0,3 ponto percentual em relação à edição de abril do levantamento e em 0,2 ponto percentual em comparação com estimativa divulgada em julho pela instituição.
O fraco desempenho, segundo o Fundo, é resultado do aumento de barreiras comerciais, elevado grau de incerteza sobre o comércio internacional e sobre a geopolítica, tensões macroeconômicas em mercados emergentes, e fatores como baixo avanço da produtividade e envelhecimento da população em economias desenvolvidas.
Para o próximo ano, o FMI estima um crescimento de 3,4%. A previsão foi rebaixada em 0,2 ponto percentual em comparação com a edição de abril do relatório e em 0,1 ponto percentual em relação à projeção de julho. Esta recuperação sobre 2019, no entanto, não será generalizada e terá caráter precário, de acordo com o Fundo.
A instituição diz que a aceleração esperada em 2020 será resultado de uma possível melhora das condições econômicas nos mercados emergentes da América Latina, do Oriente Médio e da Europa que hoje estão sob tensões macroeconômicas, como o Brasil.
O FMI não descarta, porém, que o desempenho da economia mundial seja mais baixo do que o estimado agora, pois há fatores de risco como as incertezas que rondam países emergentes e uma desaceleração das economias da China e dos Estados Unidos.
Nesse sentido, o Fundo recomenda a redução das tensões comerciais – que envolvem principalmente Estados Unidos e China -, o “revigoramento” da cooperação multilateral e o apoio a atividades econômicas específicas onde for necessário.
O relatório prevê que o conjunto dos países desenvolvidos vai crescer 1,7% em 2019 e em 2020, ao passo que o bloco dos emergentes e nações em desenvolvimento irá avançar 3,9% e 4,6%, respectivamente.
Metade do crescimento previsto para o próximo ano deverá ser resultado de recessão mais branda em países como Turquia, Argentina e Irã, e de recuperação em economias como o Brasil, Índia, Rússia e Arábia Saudita.
Para o Brasil, o FMI prevê um crescimento de 0,9% este ano, contra 1,1% em 2018, e uma aceleração para 2% em 2020. A projeção para 2019 foi reduzida em 1,2 ponto percentual em relação à edição de abril do relatório, mas ligeiramente ampliada em 0,1 ponto percentual em comparação com estimativa divulgada em julho pela instituição. A projeção para 2020 foi reduzida em 0,5 ponto percentual em relação a abril e em 0,4 ponto percentual em comparação com julho.
Para a Arábia Saudita, a expectativa é de um crescimento de 0,2% em 2019, ante 2,4% no ano passado, e um avanço de 2,2% em 2020. A previsão para 2019 foi rebaixada em 1,6 ponto percentual em relação a abril e em 1,7 ponto percentual em comparação com julho. A projeção para 2020 foi ampliada em 0,1 ponto percentual em relação a abril e reduzida em 0,8 ponto percentual em comparação com julho.