São Paulo – Cerca de três mil pessoas acompanharam os debates do fórum de negócios Global Halal Brazil, que ocorreu de segunda-feira (06) a quarta-feira (08) de forma híbrida, promovido pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a Fambras Halal, braço de certificação halal da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil. O número do público inclui os que participaram de forma online e os que estiveram presencialmente no hotel Renaissance, na capital paulista. Parte das palestras foram feitas remotamente e parte no hotel.
O encerramento ocorreu no começo da tarde, com as conclusões das lideranças das entidades organizadoras do evento e autoridades brasileiras e árabes. “Ficou mais do que clara a importância de se criarem incentivos à indústria halal brasileira”, disse o vice-presidente de Relações Internacionais da Câmara Árabe, Mohamad Orra Mourad, citando uma das necessidades percebidas a partir do fórum.
O presidente da Fambras Halal, Mohamed Zoghbi, disse que chegava ao final do fórum com a certeza de que o evento deu grande contribuição à economia brasileira. “Meu desejo é que o conhecimento aqui compartilhado se reverta em bons negócios, o mercado islâmico não para de crescer e está sempre atrás de fornecedores que atendam melhor os seus mercados”, disse.
O ministro Alexandre Peña Ghisleni, diretor do Departamento de Agronegócio do Ministério das Relações Exteriores, disse que o fórum trouxe tanto um diagnóstico da realidade atual como um desafio de ampliar os produtos com certificação halal no Brasil. “Hoje sabemos como é a relação em 2021, mas nos importa saber onde estaremos em 2025, onde estaremos em 2030, e esse desafio é bem aceito, é aceito com prazer do nosso lado”, falou.
O embaixador Qais Shqair, chefe da missão da Liga Árabe no Brasil, afirmou que acompanhou os debates presencialmente nos dois primeiros dias do fórum e participava de forma remota no encerramento. Shqair lembrou do pioneirismo do Brasil na indústria halal, do tamanho desse mercado e suas boas perspectivas. “Há tendência internacional de consumir produtos halal, que são considerados seguros, limpos, saudáveis”, disse. Ele defendeu que a ampliação dos negócios na área passa pelo estreitamento das relações políticas Brasil-países árabes.
O secretário-geral da Câmara Islâmica de Comércio, Indústria e Agricultura, Yousef Hasan Khalawi, disse, na finalização do fórum, que o mercado halal vem se ampliando em função do interesse mundial pela ética e a sustentabilidade. “O preceito ético atrairá não só muçulmanos, mas não muçulmanos porque todos nós concordamos com a indústria e os produtos éticos”, afirmou Khalawi.
As autoridades parabenizaram os organizadores pela promoção do evento, que foi o primeiro e o maior fórum halal do Brasil. O fórum Global Halal Brazil ocorreu com patrocínio da Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), BRF, Pantanal Trading, Portonave e Iceport. A apresentação foi da jornalista Renata Maron (foto de abertura).
Acompanhe a cobertura completa do fórum:
Seção Fórum de Negócios Global Halal Brazil
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