São Paulo – A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma das finalistas da edição deste ano do Prêmio Zayed de Sustentabilidade, dos Emirados Árabes Unidos. Criada há 15 anos, a instituição brasileira trabalha para cuidar das pessoas da Amazônia, proteger as florestas, reduzir o desmatamento e a degradação. Outras duas organizações, do Canadá e da Namíbia, são finalistas na Categoria Ação Climática. O vencedor será conhecido em 1º de dezembro, durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP28, que será realizada em Dubai.
À ANBA, o superintendente-geral da Fundação Amazônia Sustentável, Virgilio Viana (imagem acima), afirma que ser finalista do prêmio Zayed é mais um reconhecimento “que nos motiva a trabalhar em prol de um mundo mais sustentável” e que conquistar o prêmio dará mais visibilidade à fundação, que tem crescido no Brasil e tem um plano estratégico de ampliar sua visibilidade internacional. Conquistar o prêmio, avalia Viana, vai ajudar a instituição a receber mais investimentos e novos parceiros.
“Esse prêmio será muito importante não só para a FAS, não só para as mais de 800 comunidades que hoje se beneficiam de nossas ações ou para os 14 milhões de hectares de floresta amazônica que são protegidos pelo nosso trabalho. Este prêmio vai nos permitir fortalecer e aumentar nossas atividades em outros territórios dos países amazônicos e, também, expandir a cooperação com a África e o Sudeste Asiático. Portanto, este prêmio é algo que temos muita esperança de sermos indicados como vencedor desta edição de 2023”, diz Viana.
Uma floresta de desafios
Viana explica que a abordagem da instituição consiste em “cuidar das pessoas que cuidam da floresta”, o que os leva a tratar de pobreza e desmatamento. Ele destaca que 50% floresta é formada por territórios indígenas e áreas protegidas. Viana alerta, porém, que a Amazônia se aproxima do tipping point, o ponto de colapso ecológico, ou seja, o momento em que a floresta passa a emitir mais dióxido de carbono do que é capaz de absorver. Também é conhecido como ponto de não retorno e já foi atingido em algumas regiões da floresta.
“A proteção da floresta não é apenas uma questão de policiamento e de aplicação das leis, temos que envolver os povos indígenas e as populações tradicionais que são os guardiões da floresta nesta luta contra a exploração madeireira ilegal, a extração ilegal de ouro, o desmatamento e a degradação”, afirma o superintendente-geral da Fundação Amazônia Sustentável.
Ele conta também que a tecnologia social (conjunto de técnicas e metodologias aplicadas em uma comunidade) desenvolvida pela fundação foi essencial para a redução de 60% do desmate em uma área onde vivem 800 comunidades impactadas pela FAS. Além disso, diz que soluções desenvolvidas pela fundação estão prontas para ser compartilhadas com outras instituições, com governos dos outros países que abrigam a Amazônia e com nações africanas. No Congo, há desafios semelhantes aos enfrentados na Amazônia.
Criada por Viana, a Fundação Amazônia Sustentável é uma instituição independente com 143 funcionários e 344 parceiros que compartilham conhecimento técnico, promovem atividades em parceria com a FAS e com recursos que não são financeiros.
O Prêmio Zayed de Sustentabilidade foi lançado em 2008 em homenagem ao xeque Zayed bin Sultan Al Nahyan e em reconhecimento a ações inovadoras desenvolvidas por pequenas e médias empresas, escolas e instituições sem fins lucrativos em favor do desenvolvimento sustentável e humano. Desde sua criação, 106 instituições foram premiadas e 378 milhões de pessoas foram impactadas pelas suas soluções. A edição deste ano conta com 33 finalistas nas categorias Saúde, Energia, Alimentação, Água, Ação Climática e Escolas Globais de Ensino Médio. A categoria Ação Climática, em que a FAS concorre, foi criada neste ano.
Os vencedores das categorias Saúde, Energia, Alimentação, Água e Ação Climática recebem US$ 600 mil cada. Na categoria Escolas Globais de Ensino Médio, cada uma das seis escolas vencedoras é contemplada com US$ 100 mil.