São Paulo – A JBS, indústria alimentícia brasileira, se comprometeu a chegar a R$ 50 milhões arrecadados para o Fundo JBS para a Amazônia em seus primeiros cinco anos. A meta até 2030 é que o projeto tenha captado R$ 1 bilhão. A informação foi dada pela presidente do Fundo JBS para a Amazônia, Joanita Maestri Karoleski (foto acima), que encerrou a programação do Fórum de Sustentabilidade Econômica na Região Amazônica – Brasil e Emirados Árabes Unidos, neste domingo (03), em Dubai.
Três pilares norteiam a iniciativa: a conservação e a restauração da floresta, o desenvolvimento socioeconômico das comunidades, e o desenvolvimento científico e tecnológico. Para levar adiante as ações, a JBS elencou setores promissores na Amazônia, como o do açaí, castanha, pescado e cacau.
“Estamos fazendo um estudo para identificar gargalos e oportunidades. O primeiro projeto é o RestaurAmazonia, que combina cacau, floresta e pecuária. O segundo está na cadeia do açaí, e queremos inclusive construir uma biofábrica. O objetivo principal é elevar o valor. A ideia é poder processar e entregar um produto de valor agregado maior, aumentar a renda dos produtores, além de aumentar a participação das mulheres. Temos investimento em uma escola família para profissionalizar os jovens”, afirmou Karoleski, que participou remotamente do evento.
O terceiro projeto do Fundo é voltado para a cadeia do pirarucu. “O objetivo também é gerar valor agregado e trabalhar questões de segurança alimentar. O projeto já vem acontecendo há dois anos e tem manejo sustentável do peixe, não é em cativeiro e é auditado pelo Ibama, inclusive”, disse ela. O Ibama é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, que trabalha no controle ambiental no Brasil.
Outra meta é melhorar o acesso ao crédito pelos pequenos produtores e empreendedores. A aceleração de startups também está no cronograma no fundo. “É um investimento de mais ou menos R$ 400 mil em cada uma. A ideia é que se formem novos negócios, respeitando a biodiversidade, e estamos procurando fazer com profissionais da região”, concluiu.
O fundo também trabalha com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Uma parceria já firmada há três anos mira a tecnologia para cosméticos e do chamado ‘plant based’, que comporta alimentos produzidos a base de planta.
O fundo vai ao encontro de outra meta da JBS. A empresa tem o plano de metas NET Zero, que prevê investimentos em projetos de redução de emissões de gases que gerem o efeito estufa. “Não é apenas uma exigência do consumidor, é exigência na realidade. Por isso, a JBS se comprometeu a zerar o balanço líquido das emissões de toda sua cadeia de valor até 2040”, afirmou ela.
Oportunidades
O secretário geral e CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Tamer Mansour, agradeceu a participação aos panelistas, ao governo brasileiro, aos associados árabes da entidade e ao público que acompanhou o fórum. Também encerrando as atividades do evento, falou Farida Abdullah Al Awathi, presidente da UAE Business Women Council. “Hoje foi um grande dia, aprendemos muito sobre as oportunidades de negócios entre Emirados e Brasil. Eu acredito que é hora de ser parte dessas oportunidades e de crescimento”, concluiu ela.
O fórum foi organizado pela Câmara Árabe em parceria com o Ministério da Economia dos Emirados Árabes Unidos, a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria dos Emirados Árabes, a Embaixada do Brasil nos Emirados Árabes e a Câmara de Dubai. Ele ocorreu no Hotel Conrad, em Dubai, paralelamente à Expo 2020, aberta ao público no emirado na sexta-feira (01).
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