São Paulo – O ministro de Minas e Energia do Brasil, Bento Albuquerque (foto acima), participou de reunião de ministros de energia do G20, que ocorreu de forma online nos dias 27 e 28 de setembro, e colocou o Brasil à disposição para compartilhar suas experiências de acesso à energia. A Arábia Saudita está na presidência do G20 e definiu a universalização da energia como um dos temas prioritários.
“Reconheço, também, a decisão da presidência saudita no sentido de manter o acesso à energia como tema prioritário na agenda do G20”, disse Albuquerque em seu discurso aos demais ministros no encontro. O G20 é formado pelas 20 maiores economias do mundo. Entre os países árabes, a Arábia Saudita é a única que integra o grupo. Na América do Sul fazem parte Brasil e Argentina.
O ministro brasileiro afirmou que a tarefa de prover acesso à energia para todos está longe de ser concluída, já que há 2,8 bilhões de pessoas sem acesso a fontes de energia limpa para cozinhar e 800 milhões não têm eletricidade. “O Brasil, país com um território continental, está pronto para compartilhar sua experiência no campo de acesso à energia”, disse Albuquerque.
O ministro deu como exemplo o programa brasileiro “Luz para Todos”, que, segundo ele, foi concebido para permitir o desenvolvimento econômico e social das comunidades rurais do Brasil e alcançou 3,6 milhões de famílias. “Noventa e nove por cento do território brasileiro está hoje atendido por eletricidade”, falou. Ele falou também sobre o programa “Mais Luz para a Amazônia”, lançado recentemente para prover eletricidade para as populações que vivem em áreas remotas da Amazônia.
Albuquerque elogiou os esforços da presidência saudita do G20 na condução dos trabalhos para o desenvolvimento do marco do conceito de Economia Circular de Carbono (CCE, na sigla em inglês) no G20. “Apoiamos essa iniciativa, que constitui uma ferramenta valiosa para avançar em novas tecnologias e investimentos em uma ampla gama de fontes energéticas”, falou o ministro brasileiro.
O comunicado emitido pelos ministros de energia do G20 ao final do encontro reconheceu a CCE como ferramenta para gerenciar as emissões de poluentes. A Economia Circular de Carbono é uma estratégia que prevê o uso de quatro tipos de ações ambientais voltadas a produtos de carbono: redução, reutilização, reciclagem e remoção, esse último de elementos nocivos da atmosfera.
A estratégia da CCE foi detalhada no comunicado final. A CCE foi criada a partir do trabalho de um corpo de economistas e intelectuais ambientalistas nos últimos anos, mas foi abraçada pela Arábia Saudita, que vem desempenhando um papel de liderança pela implementação de um plano estratégico baseado na CCE para o enfrentamento mundial das mudanças climáticas.
Os ministros emitiram ainda outras declarações por meio do comunicado final do encontro, como o reconhecimento do impacto que a covid-19 teve sobre nos mercados de energia, a importância da cooperação internacional para garantir a resiliência dos sistemas de energia que beneficiem a todos, a importância da segurança energética para o mundo, e o compromisso do segmento em dar contribuição plena e efetiva para superar a covid-19 e impulsionar a subsequente recuperação global, entre outras.