São Paulo – A modelo brasileira Gisele Bündchen, que é embaixadora da Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), entregará na próxima quarta-feira (19) o prêmio Campeões da Terra a uma mulher da Somália. Fátima Jibrell é a primeira somali a vencer o principal prêmio ambiental das Nações Unidas.
Lançado em 2005, a iniciativa reconhece líderes e visionários nos campos da ciência e empreendedorismo por suas ações na sociedade civil e política. O anúncio do resultado foi feito na última semana, no dia 06 de novembro, e a premiação ocorrerá em Washington, nos Estados Unidos, com a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e do diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner.
Jibrell é uma das principais ativistas ambientais africanas, segundo informações divulgadas pelo Pnuma. Movida pela destruição causada pele guerra civil na Somália, ela fundou a Organização de Desenvolvimento e Assistência do Chifre da África, conhecida como Adeso, em 1991. A organização atua no Sudão do Sul, Somália e Norte do Quênia com o objetivo de levar justiça social e equilíbrio ambiental a regiões e comunidades divididas por guerras.
Jibrell é de uma família de pastores nômades da Somália. "A Somália é basicamente um deserto e os habitantes têm de aprender a compartilhar a água e outros recursos, caso contrário nosso país nunca vai conhecer a paz", afirmou a ativista em declaração publicada no site da Adeso. A somali trabalhou no combate ao comércio do carvão vegetal no seu país, que estava acabando com as árvores acácias na região. A atividade foi proibida e ela fomentou o uso, na região, de um fogão movido à luz solar para substituição do carvão nas cozinhas.
Também por meio do Programa Pastoral da Juventude da Adeso, milhares de jovens, a maioria meninas, foram treinados para conservar melhor os recursos naturais e garantir sua subsistência rural sem degradar o meio ambiente. A Adeso já beneficiou mais de um milhão de pessoas com suas ações. Fátima recebeu outros prêmios internacionais. Ela se aposentou, mas segue sendo membro da Adeso, e hoje vive entre a Somália e os Estados Unidos.
