Alexandre Rocha
São Paulo – A Gulf Oil International, que já foi uma das chamadas "sete irmãs do petróleo", começa a voltar ao Brasil, país em que teve forte presença até o final da década de 1950. De capital originariamente norte-americano, a companhia centenária hoje tem como principais acionistas investidores europeus, principalmente ingleses, indianos e do Oriente Médio, em sua maioria da Península Arábica.
A iniciativa partiu de um grupo de investidores brasileiros liderados pelo consultor do setor de petróleo Jean Paul Prates, atual presidente da subsidiária brasileira, que apresentou um projeto de retomada dos negócios, para a matriz da empresa na Inglaterra, em dezembro do ano passado.
As operações já começaram. Prates disse à ANBA, porém, que desta vez a companhia não vai adquirir ativos no país, o trabalho ficará restrito ao licenciamento da marca, marketing, fornecimento das fórmulas dos negócios e dos produtos e controle de qualidade.
Nesse sentido, já está funcionando na região de Bauru, interior de São Paulo, uma fábrica de lubrificantes terceirizada, operada por uma empresa chamada Ultrax, pertencente a investidores locais e que produz entre 50 mil e 100 mil litros de lubrificantes por mês. A previsão, de acordo com Prates, é chegar a 400 mil litros até o final do ano.
A Gulf chegou a retomar as operações no Brasil no início da década de 1990, quando comprou uma fábrica de lubrificantes em Ribeirão Pires, na grande São Paulo, mas o negócio permaneceu tímido até meados de 2003 quando, segundo o executivo, a matriz decidiu vender a unidade e cancelar as atividades.
"Eles compraram a fábrica, mas o negócio não deu certo. Ocorreram problemas de má administração, falta de marketing e por conta disso os produtos ficaram sumidos", disse o executivo.
Agora, com essa nova fórmula apresentada pelos brasileiros, detalhada em um contrato com prazo de duração de 15 anos, e sem ter de se preocupar com a administração de ativos, a companhia prevê a abertura de outras unidades de produção terceirizada de lubrificantes.
A primeira delas já no segundo semestre, provavelmente no Nordeste, e outra no próximo ano, possivelmente no Rio Grande do Sul ou no Rio de Janeiro, dependendo das condições do mercado.
"Estamos buscando parceiros", afirmou.
De acordo com Prates, a empresa possuiu uma lista de mais de 100 tipos de óleos e lubrificantes para uso industrial, automotivo e agrícola. Por enquanto, no Brasil, o portifólio está reduzido a 35 produtos.
Postos de gasolina
Ainda no segundo semestre a companhia quer começar a investir novamente em postos de gasolina, em primeiro lugar nas regiões Sul e Sudeste. De acordo com Prates, a partir de agosto serão selecionados "no máximo" 120 donos de postos que possam ter interesse em adotar a bandeira Gulf.
Feito isso, a companhia vai bolar projetos junto com os proprietários. Obviamente os lubrificantes comercializados serão todos da marca, mas o combustível virá de algum fornecedor, "provavelmente a Petrobras" ou algum outro que se interessar.
O diferencial que a Gulf vai oferecer para os empresários do setor, de acordo com Prates, será o financiamento para a reforma ou construção dos postos. "Estamos tentando viabilizar financiamentos no mercado internacional a juros abaixo dos praticados no mercado brasileiro. E nisso a matriz está nos ajudando", afirmou.
História
De acordo com o executivo, a Gulf já chegou a ter mais de 400 postos de gasolina no país, além de uma refinaria de petróleo na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Isso até 1959, quando todos os ativos da companhia no país foram comprados pela Ipiranga.
A empresa foi fundada no início do século passado nos Estados Unidos. Em 1901 tornou-se proprietária, no Texas, do primeiro poço de petróleo de grande vazão do mundo. Alguns anos mais tarde, em 1913, abriu o primeiro posto de gasolina da história.
As operações da companhia nos Estados Unidos duraram até a década de 1980, quando seus ativos naquele país foram comprados pela Chevron, mas não a marca. As atividades internacionais e o nome da Gulf, porém, foram adquiridos na época por investidores árabes, majoritariamente do Kuwait e da Arábia Saudita, e ingleses.
Hoje a empresa comercializa seus produtos em mais de 100 países do Oriente Médio, África, Ásia e Europa. "Só falta os Estados Unidos", afirmou Prates. De acordo com ele, o grupo está entre os três maiores do Oriente Médio na área de lubrificantes.
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