São Paulo – Diversos países de maioria muçulmana contam com centros de distribuição e logística estratégicos para vendas aos mercados islâmicos, que incluem o Oriente Médio, África e Ásia, e podem facilitar e garantir a segurança no comércio para estas regiões. Halal, logística e hubs estratégicos foi tema de um dos painéis no segundo dia do Global Halal Brazil Business Forum (GHB) 2023.
Leonardo Dall’Orto, VP de Mercado Internacional e Planejamento da BRF, falou que hoje a BRF tem vendedores próprios no Oriente Médio, com dez centros de distribuição e mais de cem caminhões na região.
“Investimos muito no Oriente Médio, temos hubs em Dubai, Jeddah, entre outras cidades. Na Turquia, vendemos 30 mil toneladas por mês, e temos pequenos veículos para transportar os produtos para 15 pontos de venda”, disse o vice-presidente da BRF.
A egípcia Silvia Adly, da Academia Árabe de Ciência, Tecnologia e Transportes Marítimos da Faculdade de Transportes Internacionais e Logística, afirmou que o mercado consumidor muçulmano é o que mais cresce no mundo e o poder de compra de países de maioria muçulmana é alto. Ela participou por videochamada.
O CEO da LBB International, Marco Tieman, da Malásia, também participou online do painel. Ele afirmou que a cadeia de suprimentos halal deve ter rastreabilidade e que isso assegura a qualidade dos produtos para outros mercados além daqueles de maioria muçulmana.
“Usar o preceito halal para outros países pode melhorar o padrão e a qualidade dos produtos para todo o mundo”, declarou.
O gerente-geral da World Logistics Passport (WLP), Mahmood Al Bastaki, dos Emirados Árabes Unidos, disse que o Brasil merece ser parabenizado por ter integrado tão bem as práticas do halal, de uma cultura diferente, e de fazer do halal parte da indústria nacional.
“Ninguém tem a integridade do processo halal como o Brasil, é algo para se orgulhar”, disse Al Bastaki.
Ele afirmou que muitos mercados não muçulmanos pedem o selo halal para os alimentos, tanto pela forma misericordiosa do abate do animal, sem sofrimento, quanto pela higiene dos processos e da operação.
O gerente-geral disse ainda que os países querem fazer negócios com o mercado halal brasileiro, e que o World Logistics Passport ajuda a facilitar e desburocratizar os processos logísticos. “Queremos ver o mundo trabalhar como se fosse uma cidade”, disse.
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Assista o painel 4 e o segundo dia do Global Halal Brazil abaixo: