São Paulo – O halal em seus mais diversos desdobramentos será tema de palestra na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Itajaí, Santa Catarina. A Universidade traz, com o apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, duas especialistas no tema: Lina Ramadan, auditora muçulmana e técnica do setor halal industrial, e Michele Evangelista Villadal, auditora técnica do setor halal industrial. As duas atuam na Fambras Halal, instituição certificadora brasileira que presta serviços de auditoria, inspeção e supervisão de produtos halal. A Câmara Árabe abriu um escritório em Itajaí este ano e fez uma parceria com a Univali para realizar um clico de palestras para estudantes e profissionais da área de comércio exterior. Esta será a terceira.
A palestra “Halal: conceito, importância e possibilidades de seu uso como branding para negócios internacionais” ocorre no dia 25. O termo halal, “permitido” em árabe, é utilizado para indicar que o produto é próprio para o consumo de muçulmanos. Quem apresenta o termo é Lina, que é muçulmana, e desenvolve a explicação sobre o conceito e o fluxo para obter certificação, quais produtos são passíveis de receber a certificação e quais não. “Para um público mais focado em comércio exterior é interessante ter conhecimento sobre a restrição com relação à carne para que quando for pedir certificação já saberem o que pode e o que não pode”, pontua Michele Evangelista Villadal.
É Michele quem leva o tema para o enfoque em negócios especificamente. “Não tem como falar de halal sem falar de abate, mas vamos falar também do que nós não somos fortes, mas podemos ser”. Um exemplo de setor onde Michele acredita que o Brasil tenha espaço para crescer é o de cosméticos. “Temos diversidade de fauna e flora que a gente não encontra em outros países. Poderíamos explorar nossa diversidade, principalmente na flora, que traria um diferencial não só no mercado halal, mas em outros também”, pondera.
Quando fala em mercados possíveis, Michele explica sobre a entrada de produtos halal para outros tipos de consumidores. “Nós vamos explorar o mercado de produtos veganos. Quando a pessoa não encontra o produto que tem símbolo vegano, mas encontra produtos halal, ela sabe que garante não ter abate animal. Não compensa isso para produtos que não forem de abate”, explica ela sobre produtos como os cosméticos certificados que têm origem vegetal.
Para ela, o Brasil tem um vasto mercado halal e tem que debater a oportunidade para que outros povos vejam esses produtos. “Quando a gente fala em certificar um produto como halal, também pode usar o branding para produto. É um diferencial ter a certificação”, explica Michele. A auditora acredita que o debate abre possibilidade de aprendizado para quem pretende se relacionar com pessoas de culturas distintas. “Isso acaba servindo como um código de ética para quem vai fazer comércio com muçulmanos. Do que é, ou não, adequado nesses relacionamentos”, finaliza.
Serviço
Palestra “Halal: conceito, importância e possibilidades de seu uso como branding para negócios internacionais”
25/10 – 19h15 às 20h45
Teatro Adelaide Konder Univali – Itajaí (SC)
Inscrições: www.univali.br/eventos