São Paulo – O secretário-geral da União das Câmaras Árabes, Khaled Hanafy, afirmou à ANBA na quarta-feira (29) que os produtos halal – feitos de acordo com as normas do Islã – atendem em parte a critérios que são demandados para um mundo mais sustentável. Ele afirma, porém, que é preciso que se tenha uma abordagem diferente em relação ao halal.
“A abordagem considera o meio ambiente, estamos falando de um meio ambiente sustentável na ‘fórmula’ do halal. Também consideramos os efeitos [no meio ambiente] de empresas e governos”, afirmou. “Precisamos colocar o conceito de halal em uma versão aprimorada que também considere a responsabilidade social”, disse à ANBA em visita à Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
Hanafy e a reitora da Faculdade de Transporte e Logística Internacional, Sarah Hassan Kamal El Gazzar, se reuniram na sede da instituição, em São Paulo, com o vice-presidente de Relações Internacionais e secretário-geral, Mohamad Orra Mourad, com a vice-presidente de Marketing, Silvia Antibas, e Michael Gamal, diretor do escritório da Câmara Árabe no Cairo. Eles vieram a São Paulo para participar do Global Halal Brazil Business Forum, promovido pela Câmara Árabe e pela Fambras Halal Certificadora na segunda-feira (27) e na terça-feira (28). Produtos halal são feitos com elevados padrões de higiene, controles sanitários e bem-estar animal e são certificados por empresas.
El Gazzar afirmou que o halal é capaz de entregar as demandas para um mundo mais sustentável, no entanto, ainda não atinge essas metas. “E não é porque o halal não é capaz de atendê-las, mas porque as empresas não conseguem atender a plena capacidade todas as exigências do halal. Quanto maiores são as exigências, maiores são os custos”, resumiu. “Temos que encontrar uma fórmula por meio da qual possamos alcançar o máximo das especificações halal ao menor custo possível para que o mercado possa comercializá-los”, afirmou.
No encontro, El Gazzar e Hanafy afirmaram que a relação do Brasil, maior fornecedor mundial de proteína halal, com os países islâmicos deve ser mais estratégica e integrada. Ela citou como medidas que deverão ocorrer em breve a instalação de empresas na zona econômica do Canal de Suez, no Egito, e de lá reexportar produtos para outros destinos. El Gazzar comentou também que o demandado voo direto entre o Brasil e o Egito não se trata mais de uma “necessidade”, “mas de uma obrigação”.
“É imprescindível, não apenas uma necessidade. É imprescindível haver uma conexão direta, do ponto de vista logístico, entre o Brasil e os países árabes na África. Estamos falando de conexão direta utilizando tanto transporte aéreo quanto marítimo”, afirmou.
Leia mais:
“Quando a mulher prospera, a humanidade prospera”
Fórum halal começa com atenção a ESG e comércio


